O ex-prefeito de Ipirá, Diomário Gomes de Sá, participou de entrevista nessa terça, 20, no programa Cidade Agora, da Ipirá AM. No último sábado, 17, esteve presente na largada pelas articulações políticas para as eleições 2018, com uma reunião no clube Caboronga, envolvendo lideranças políticas locais do grupo da “Macacada”.

Diomário, que governou a cidade por 8 anos (2005 – 2012), pelo grupo acima referido, fez algumas considerações sobre o momento político, em nível estadual e municipal. Acompanhe alguns dos principais momentos da entrevista (a conversa não foi acompanhada na íntegra em virtude de problemas na conexão de rede).

Avaliação do encontro e nome próprio para 2020

“Vamos falar do encontro (despista). Temos a tradição de ser um grupo democrático. Discutimos todas as tomadas de posição entre a gente. Naturalmente aquela posição majoritária, não precisa ser unânime, é a que tomamos. Discutimos a possibilidade do nome de Otto Alencar Filho, para deputado federal, ao lado do candidato símbolo do grupo (Jurandy Oliveira – dep. estadual)”.

O ex-prefeito enaltece a figura do senador Otto Alencar para explicar a escolha do quadro político apresentado no último sábado que, segundo ele, é para trabalhar pela vitória nas eleições desse ano, e também em 2020.

Avaliação do município em 2005 e atualmente

“Sou diferente dos outros. Quando digo isso alguns amigos ficam chateados: torço para que o atual prefeito realize uma boa gestão. Não vou torcer contra ele, para que faça uma má gestão. Penso no bem do povo. Estou querendo, do fundo do coração, que o atual prefeito se esforce para se recuperar. Porque o povo de Ipirá não merece passar pelo sofrimento que está passando. Se torço por uma má gestão, estou penalizando os mais pobres, infelizes. Sem dúvida nenhuma, a população está vendo que a situação está muito difícil, tá caótica. Outro dia vi uma placa ‘Choque de Ordem’, aí um amigo gritou ‘isso é choque da desordem, o que tá acontecendo aí’. Ou seja, a ordem não está se organizando. No fundo, eu não quero que ele continue tão mal como está. É o que a gente ouve das queixas da população, e sobretudo dos correligionários dele mesmo”, analisa o ex-prefeito.

Diomário fala da situação na época em que assumiu a prefeitura: “Eu recebi uma prefeitura entupida de débitos. R$ 25 milhões de débitos com o INSS; precatórios, débitos com funcionários e fornecedores, Coelba, Embasa, Estado; prestações de conta que deixavam o município inadimplente sem poder celebrar convênio com o governo federal e estadual. Era preciso fazer, com urgência, o equilíbrio fiscal. Colocar Ipirá para gastar apenas o que recebia. Era preciso resgatar o crédito”, destacou.

O ex-gestor afirma que deixou cerca de 9 milhões em caixa para conclusão de obras, a exemplo do matadouro. “Já tinha feito quase 96%, faltava apenas colocação de equipamentos e liberação dos órgãos”, afirmou. O atual prefeito Marcelo Brandão diz que está prestes a realizar a licitação para a terceirização, e destacou recentemente a luta para “destravar” esse processo junto à Caixa. O prefeito falou, em dezembro do ano passado, que a licitação já estava pronta. Há poucos dias, voltou a falar sobre a possibilidade de realizar o processo licitatório ainda este mês.

Visita de Rui Costa a Ipirá nessa quarta, 21

“É uma questão institucional. Vai entregar obras relativas à água em vários pontos do interior. Ademais, tinha um projeto desde a época em que fui prefeito, que envolve verba federal e estadual, que é o esgotamento sanitário. A obra estava estimada no passado em R$ 36 milhões. É uma obra de significativa importância para o município. Às vezes briga-se por que a licitação teve isso ou aquilo, mas foi feita durante a gestão do finado Ademildo. A empresa que ganhou para dar continuidade à obra terminou falindo e não concluiu a obra. O governo do Estado está retomando toda essa obra e vai assinar amanhã a ordem de serviço, injetando mais R$ 26 milhões”, avisou.

Diomário levanta a possibilidade de anúncio de uma obra “iniciada na gestão passada, que o governo do Estado fez parcialmente”, no entanto, não diz exatamente qual. “Não sei se o governador anunciará ou não essa obra”, deixa no ar. O ex-gestor afirmou que não gostaria de falar sobre uma coisa que não sabe se vem. “Aliás, há pessoas que são assim. Quando o ovo ainda está na galinha, já está falando que tem omelete, que está frito, na mesa. Quando eu era prefeito tinha o cuidado, de antes de anunciar a obra, deixar que o dinheiro caísse pra prefeitura, se fosse convênio. Às vezes anuncia-se n obras e não executa, e aí o povo fica decepcionado. Anuncia maravilhas e o povo não vê nada. É melhor dizer com aquilo concreto: celebrou o convênio, o dinheiro chegou, o projeto tá feito, a licitação, pronto! Anuncia-se a obra”, explicou. Diomário acrescentou que se não for a Salvador e Brasília, a obra não vem, e citou o exemplo do projeto Minha Casa Minha Vida que atendeu a inúmeras famílias que não tinham casa própria, e falou também de 3 creches de grande porte que conseguiu junto ao governo federal.

Obras no Mercado em sua gestão

“Lamento o desvio de finalidade que o atual prefeito deu ao Centro Cultural Elofilo Marques. Aquela é uma obra feita com projeto aprovado pelo Ministério, pela Caixa e pelo Tribunal de Contas da União. A destinação seria a biblioteca pública, arquivo público”, lembrou. Sobre o incêndio que aconteceu, lamentou também a falta de recuperação do espaço pela atual gestão, até o momento.

Por Diogo Souza