Se apresentou à polícia na tarde desta terça-feira (3) Everton Rosa de Oliveira, 24 anos, apontado pelas investigações da Delegacia de Homicídios (DH) como o terceiro suspeito de envolvimento no assassinato da adolescente Bruna Santana Mendes, de 16 anos, que foi encontrada morta em fevereiro deste ano, dentro de sacos de ração animal em um terreno baldio, no bairro Jardim Cruzeiro, em Feira de Santana.

Ele teve a prisão temporária decretada no último dia 23 de março e, por conta disso, ficará preso por 30 dias, prazo que pode ser prorrogado por igual período.


Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

O advogado Joari Wagner o acompanhou durante a apresentação ao delegado Fabrício Linard, titular da DH Feira. Deividson Jorge dos Santos, 18 anos, e Eric Pereira Maciel, 20 anos, também são suspeitos de envolvimento no crime e estão cumprindo as prisões temporárias. Eles estão presos desde o dia 23 de fevereiro.

O terceiro suspeito disse que não tem participação na morte de Bruna e que nunca a viu. Ele contou que mora no mesmo bairro e que o local onde aconteceu o crime faz parte do seu trajeto diário de ir à casa da mãe e da namorada. Questionado sobre o fato de câmeras de segurança terem filmado seu carro passando pela rua na noite do desaparecimento da garota, Everton disse que estava em casa. Ele disse também que espera que a polícia e o seu advogado trabalhem na identificação do veículo captado pelas imagens das câmeras.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

“Eu moro no bairro e inclusive o carro que supostamente disseram ser o meu é um carro popular que todo mundo tem. Os policiais vieram me falar que o carro passou pela câmera 1h45 da manhã. Neste horário, eu estava em casa. Não tenho nada a esconder. Não tenho nada a ver com esse crime bárbaro”, afirmou.

Sobre o fato de ter forjado uma testemunha e afirmado que uma adolescente de 17 anos estava com ele na noite do crime, Everton contou que sentiu-se pressionado com a afirmação de que o carro era dele. Segundo ele, a adolescente se dispôs a ajudá-lo sem que ele pagasse por isso.

“Foi um momento de aflição. Ela quis me ajudar de boa vontade. Estou à disposição da justiça e a verdade será comprovada. Não tenho nada a ver com esse crime”, enfatizou.

O advogado Joari Wagner relatou que o seu cliente está tranquilo e acredita que a Delegacia de Homicídios vai apresentar os reais suspeitos do crime. Ele também é advogado do suspeito Deivisson e pontuou que foi constituído pela defesa de ambos pela convicção de que eles não tiveram contato com a vítima.

“No decorrer do inquérito policial, se for deflagrada uma ação penal, eles vão provar que nada têm a ver com isso. Eles serão novamente ouvidos e o conjunto de provas será analisado pela autoridade policial. Não há indícios suficientes de autoria, nem que meus constituintes tenham praticado o crime”, disse.

Sobre a prisão temporária de Everton, o advogado informou que poderá ocorrer da prorrogação do prazo  e que isso faz parte dos trâmites do sistema processual penal. Ele ressaltou que o seu cliente se apresentou espontaneamente pelo fato de não temer e por não se considerar culpado.

Fio de cabelo e mudanças de versões

O delegado Fabrício Linard está convicto da participação dos suspeitos e afirmou que se for preciso representará pela prorrogação da prisão preventiva do suspeito para aprofundar a apuração do homicídio.
Entre os materiais enviados para fazer exames está um fio de cabelo encontrado no porta-malas do veículo de Everton. Caso o laudo confirme que o fio de cabelo pertence à vítima, é mais uma prova do envolvimento dos três no caso.

“Eles têm laços de amizades profundas, tanto que Everton confirma que no dia do desaparecimento de Bruna estavam os três juntos e saíram para fumar maconha. Precisamos aprofundar as investigações sobre o envolvimento de Everton no caso e a relação dele com os outros dois suspeitos que estão presos. Com os três reunidos podemos fechar o caso Bruna. Acreditamos que cada um tem sua participação”, afirmou Fabrício Linard em entrevista ao Acorda Cidade.

O delegado destacou que a mudança de versões durante o depoimento é vista pela polícia com suspeitas.

“A tranquilidade que ele demonstrou durante o depoimento faz parte de uma defesa técnica e bem instruída. Já fomos surpreendidos na primeira oportunidade quando ele informou que, na hora em que o carro dele aparece nas imagens das câmeras, ele estaria com uma garota e que estaria levando-a para casa. Hoje ele já mudou a versão dizendo que o carro dele é um carro popular que poderia ter sido qualquer outra pessoa e que não era o carro dele nas imagens. Nos causa muita estranheza essa mudança de postura. Já temos a confirmação de que o carro era dele. E o mais curioso é que ele criou um álibi de que estava com uma pessoa e quando essa pessoa confirma que não estava com ele, ele muda a versão”, observou.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade.

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