O prefeito Marcelo Brandão veio de encomenda. O homem chegou ao Poder Municipal tocando foguete; dançando xaxado, lambada e merengue; fazendo promessas e jogando conversa fora; parecia o ‘Messias dos Pobres” e o ‘Salvador da Pátria’. Entrou no folguedo micareteando.

No jogo, percebeu que o osso não tinha tutano pra todo mundo. Caiu na real. Ele tem razão quando diz que o governo do Estado abandonou Ipirá. Sua administração não chupa um pirulito do governo de Ruy. O governo federal não sabe nem onde fica Ipirá. O governo municipal está no mato sem cachorro. Só e somente só na buraqueira.


O município de Ipirá na boca do precipício: dois bancos fechados pela bandidagem; um mercado incendiado; uma casa de estudante caindo; um Centro de Abastecimento na lama; um matadouro aposentado; faltando merenda e transporte escolar com atraso; sem remédio para profilaxia na saúde; se a seca apertar, a zona rural vai gemer; se a greve continuar, eu não quero nem pensar numa Ipirá sem gasolina, gás de cozinha e produtos na feira livre. É o preço que se paga por produzir quase nada.

Que situação! Um Centro de Abastecimento na lama e sujeito à inundações quando chove; sem cobertura; sem nenhuma preocupação sanitária; desorganizado, desmantelado, esculhambado.

Uma obra do governo da jacuzada em convênio com o Estado; inaugurada por uma administração da macacada e mantida pelos dois grupos da politicagem neste estado de lástima.

Agora o prefeito Marcelo Brandão declara, pelo Projeto de Concessões, que não tem jeito para a gestão municipal administrar esse troço aí, não quer ter nenhuma responsabilidade e tirou o braço da seringa. Vai entregar o Centro de Abastecimento e o Mercado de Arte à iniciativa privada. Resolveu o problema? Não, deu um tiro no escuro e empurrou com a barriga.

É verdade! O Poder Municipal sem saber o que fazer, jogou a toalha. Sentado no cofre atirou a chave fora. Não cobra das autoridades responsáveis uma posição sobre o funcionamento dos bancos, mas colocou um Projeto de Concessões para passar na pauta da urgência urgentíssima num momento desse. Disse tudo. Jogou a água fora da bacia.

É bom que se diga, que o Poder Público Municipal, até agora, não mostrou que tem condições de administrar o município de Ipirá com uma gestão pública que tenha capacidade e coragem para organizar a feira livre local. Nunca teve e agora sacramentou de vez.

Pela solução que apresentou o Poder Municipal mostrou sinal de fraqueza administrativa, porque esse projeto não estava no Plano de Governo apresentado à população.

A prova é que apela e empurra para a iniciativa privada a tarefa de organizar o Centro de Abastecimento como uma receita infalível. Quem garante?

Qual é o empresário que vai se apossar do Centro de Abastecimento como se não houvesse amanhã? Como se não tivesse um custo e um preço a pagar? Como se a perfeição da letra-morta da Lei fosse a verdadeira e única solução? Não existe almoço de graça. Tem custo caro e o “pato” vai ter que desembolsar.

Quem é que vai pegar esses pardieiros e pepinos para botar grana sem ver o cheiro e o sabor da marmelada? Quem vai se meter nesse abacaxi sem que o cofre público não dê garantias de segurança lucrativa? Os amigos do rei estão famintos, ansiosos e de prontidão.

No mérito do projeto, o Poder Público sai de baixo, exime-se da responsabilidade, mostra que não tem aptidão para a coisa pública; terceiriza e transfere o serviço público para o setor privado, que passa a ter a obrigação, mas gosta e vive de lucro, por isso topa a empreitada para ganhar dinheiro e a receita do bolo é para onerar o feirante.

Na prática tudo pode acontecer, o lucro é o objetivo, a empresa vai cobrar ao barraqueiro, ao consumidor, ao trabalhador braçal, por todos os serviços prestados à contento ou não. Não pode haver dúvidas e incerteza de lucro para o empresário. Isso não é contrato de risco e, muito menos, brincadeira.

Pode haver mais lambança e esperteza do que uma possível solução. Os recursos públicos são a alma do negócio e enche os olhos e os bolsos. Por trás de todas as intenções tem o dinheiro público pegando picula. A prefeitura recupera cada área, deixa tudo nos trinques e entrega para as empresas arrancarem lucros.

O público deixa de ser público e vira uma coisa dos seus e para os seus. Não tem jeito, a incompetência da quadrilha de Temer para governar esse País chegou aos olhos dos caminhoneiros. Fora Temer, Eleições 2018. Democracia para todos os brasileiros e no País inteiro.

Por Agildo Barreto

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