O governo anunciou nesta sexta-feira (25) que o presidente Michel Temer editou decreto para autorizar a atuação do Exército em Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para todo o território nacional devido à greve dos caminhoneiros.

Segundo o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, também será autorizada a possibilidade de efetuar a requisição de bens, ou seja, se for necessário, o Exército poderá “tomar” o caminhão dos grevistas com a justificativa de assegurar o abastecimento da população – esta autorização também terá que ser dada por meio de decreto.


De acordo com Jungamn, o foco da ação de requisição de bens são empresas que se negarem a disponibilizar motoristas a levar cargas, mesmo com a escolta garantida pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Neste caso, membros das Forças Armadas ou policiais poderão assumir os caminhões para levar as mercadorias.

O ministro explicou que a Polícia Federal, a PRF e a Força Nacional estão articuladas para atuar.

O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa com ministros do governo Michel Temer. Além de Jungmann, também participaram Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e o general Silva e Luna (Defesa), que, juntos, integram a chamada “sala de situação” para acompanhar o andamento do plano de segurança.

Mesmo com a medida, os ministros admitiram que a diminuição dos bloqueios será lenta e deve continuar nos próximos dias. Segundo os ministros, dados da PRF apontam que o país chegou a ter, nos últimos dias, até 938 interrupções em estradas.

Dessas, 419 foram liberadas desde quinta-feira e restaram 519 bloqueadas. Todas as interdições de rodovias são parciais.

O ministro Eliseu Padilha disse que, após acordo firmado entre o governo e entidades na quinta-feira, “a paralisação já atingiu seus objetivos e foi exitosa”.

— O governo negociou, mas o governo não pode fugir da responsabilidade que tem de garantir o abastecimento para os brasileiros — declarou.

Já o ministro Carlos Marun justificou que o governo aceitou negociar com os caminhoneiros antes de agir porque considerou que muitas demandas da categoria eram legítimas no início, porém o discurso agora é que é preciso garantir o abastecimento para a população.

Locaute

O ministro da Segurança disse ainda que a PF abriu inquérito e vai ouvir 20 empresários de transportadoras para investigar se fizeram locaute – quando empresários de um setor contribuem, incentivam ou orientam a paralisação de seus empregados.

— Estamos investigando se grandes empresas, transportadoras, patrões usaram os trabalhadores para ampliarem suas margens de lucro (…) Greve é direito constitucional; locaute é ilegalidade — definiu.

— Nós vamos ver quem está tirando proveito das reivindicações de trabalhadores. Se há patrões explorando os trabalhadores e o sofrimento da população — completou o ministro, afirmando ainda que, se o locaute for comprovado, os infratores serão enquadrados em sete tipos de crimes.

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