O prefeito de Ipirá, Marcelo Brandão (DEM), voltou ao cargo na manhã desta sexta-feira (31), após 10 dias afastado. Cercado de apoiadores e vereadores de situação, o retorno do gestor ao cargo ocorreu em uma cerimônia no gabinete do prefeito.

Marcelo Brandão havia sido afastado do cargo em função da Operação Oferrus deflagrada pela Polícia Federal no último dia 21 de agosto, quando policiais juntamente com fiscais da Controladoria Geral da União (CGU) estiveram em Ipirá e apreenderam documentos e afastou temporariamente o prefeito Marcelo Brandão do cargo pelo período de 10 dias. A operação investiga supostos desvios de recursos públicos do transporte escolar em diversos municípios baianos (veja abaixo).

Durante esses 10 dias a prefeitura de Ipirá ficou sem prefeito. Isso porque, pela Lei Orgânica do Município, o prefeito substituto (vice-prefeito José Ricardo), só poderia ser empossado após 10 dias corridos do afastamento.

CPI

O vereador, Caryl Oliveira (SD), apresentou um requerimento pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar supostos desvios de recursos públicos referente ao transporte escolar do município de Ipirá. O documento foi apresentado durante sessão ordinária que aconteceu na manhã da última terça-feira (28), na Câmara de Vereadores de Ipirá.

Segundo Caryl Oliveira, com a CPI aberta os parlamentares poderão “municiar a Polícia Federal” e ainda esclarecer a verdade para o povo ipiraense, e assim afastar definitivamente o prefeito do cargo, caso fique comprovadas as suspeitas de irregularidades.

O requerimento foi protocolado pelo próprio Caryl Oliveira na tarde desta quarta-feira (29), na Câmara de Vereadores, e obteve assinatura dos seguintes vereadores oposição: Weima Fraga, Benedito do Leite, Marcos de Dadá e Carlinhos Simas. Os outros dois parlamentares de oposição (Deteval Brandão e Jaildo) não assinaram porque irão fazer parte da mesa.

Os vereadores de situação ainda não se posicionaram sobre o caso. No entanto, durante pronunciamento na Rádio Ipirá FM, na manhã desta sexta-feira (31), o próprio prefeito Marcelo Brandão disse ter instruído os vereadores de situação para assinem o requerimento.

Operação Oferrus

A operação foi deflagrada pela Polícia Federal contra um esquema criminoso de fraude a licitações no serviço de transporte escolar nas cidades de Alagoinhas, Casa Nova, Conde, Ipirá, Jequié e Pilão Arcado, que ficam na Bahia.

O valor dos contratos envolvendo as empresas que participavam do esquema totaliza R$ 130 milhões. Apenas nos municípios de Alagoinhas e Casa Nova, o superfaturamento foi de R$ 38 milhões no período de 2009 a 2017.

Além da fraude a licitações, a operação da PF combate também o superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva e lavagem de ativos envolvendo os contratos do serviço de transporte escolar das seis cidades do interior do estado.

Um mandado de prisão foi cumprido na capital baiana, mas a PF também não detalhou quem foi o alvo. Os prefeitos Manoel Afonso, de Pilão Arcado, e Marcelo Brandão, de Ipirá, foram afastados do cargo por 10 dias, após pedido da Polícia Federal.

De acordo com a PF, os dois prefeitos foram flagrados recebendo propina do esquema que desviava recursos do transporte escolar. Além dos dois municípios, a PF e a Controladoria-Geral da União investigam o funcionamento do esquema nas cidades de Alagoinhas, Casa Nova, Conde e Jequié.

Ainda segundo a PF, existem comprovantes do recebimento de recursos indevidos por Marcelo Brandão e Afonso Mangueira, incluindo vídeos e mensagens, ambas de 2017. No entanto, as imagens não podem ser divulgadas.

Por Ipirá Notícias

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