A estatal venezuelana Corpoelec, que fornece energia para Roraima, informou ao governo brasileiro que pode cortar a distribuição para o estado. O motivo seria uma dívida de 30 milhões de dólares.

Roraima é o único estado brasileiro que não é ligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e tem o abastecimento dependente do país vizinho. A Corpoelec, segundo publicado pelo jornal Valor Econômico, deu um prazo de 90 dias para receber a dívida. Um ofício teria sido enviado a União em junho deste ano.

Há 17 anos que Roraima recebe energia da Venezuela. A subestação de energia foi inaugurada ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso e o então presidente venezuelano Hugo Chavez. No entanto, o estado enfrenta a instabilidade elétrica. Somente este ano foram 36 blecautes.

Ao todo, são 211 Km de linha de transmissão entre Santa Elena, na Venezuela, a Boa Vista, capital de Roraima. Ao menos dois terços da energia consumida no estado são gerados pela usina hidrelétrica de Gúri, que fica ao Norte da Venezuela.

A Eletronorte informou que está negociando uma solução, inclusive com a ajuda do Itamaraty. Segundo ele, o que impediu o pagamento não foi falta de dinheiro, mas a maneira como esse pagamento tem de ser feito.

As dificuldades, segundo o Valor Econômico, são as dificuldades estariam relacionadas ” às sanções econômicas aplicadas contra Caracas pelo governo de Donald Trump”.

O banco em que a estatal venezuelana tem conta teria se recusado a receber a ordem de pagamento do Brasil, supostamente por receio de sofrer punição do federal reserve, que é o banco central dos Estados Unidos.

A solução para resolver a instabilidade energética de Roraima seria o estado no Sistema Interligado Nacional, com a construção da linha de transmissão Manaus – Boa Vista, o chamado linhão de Tucuruí.

Fonte: G1