A cirurgia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) foi bem-sucedida, segundo o boletim médico divulgado na tarde deste domingo (8) pela equipe médica do Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com o boletim, foi implantada uma tela de reforço de polipropileno para a correção da hérnia que se formou no abdome de Bolsonaro.

Esta foi a quarta cirurgia à qual Bolsonaro se submete desde a facada sofrida por ele durante a campanha eleitoral de 2018.


Sobre a cirurgia:

  • Foi implantada uma tela de reforço para correção da hérnia
  • A operação durou quase cinco horas 
  • O quadro clínico de Bolsonaro é estável
  • Os médicos encontraram muita aderência no intestino do presidente
  • Bolsonaro ficará cinco dias afastado da Presidência
  • Nesta segunda, ele começa a fazer uma dieta líquida
  • As visitas devem ser evitadas
  • Ainda não há previsão de alta

A cirurgia, que durou quase cinco horas, foi comandada pelo médico Antônio Luiz Macedo, que atendeu o presidente após o atentado ocorrido há quase um ano. 

A previsão inicial dos médicos era de duas horas de cirurgia. Demorou mais que o previsto porque havia uma grande quantidade de aderência na alça intestinal que atravessou a hérnia. Foi preciso remover todas com cuidado pra não ferir o intestino. 

Bolsonaro não irá para a UTI. Vai direto pro quarto e será acompanhado diariamente pela equipe médica. “Não devemos fazer novos exames de imagem”, disse Macedo em entrevista coletiva após a cirurgia. “Mexeu muito com o intestino que estava fortemente aderido à parede abdominal.” 

O médico explicou que a facada desenvolveu no abdome uma perinonite que infectou muito a parede abdominal, o que necessitou a cirurgia para a correção da hérnia. “Colocamos uma tela para auxiliar o reforço do tecido”, disse o médico.

Veja o boletim médico

“O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, foi submetido a cirurgia de correção de hérnia incisional, hoje, 8 de setembro, às 7h35, com término às 12h40, no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo. O procedimento foi bem-sucedido, realizado pelo cirurgião-chefe Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo e sua equipe. A técnica utilizada foi a Herniorrafia Incisional com implantação de tela. O paciente fará sua recuperação no apartamento e apresenta quadro clínico estável. Por orientação médica, estará com visitas restritas nesse momento.

Direção médica responsável:

Dr. Antônio Luiz de Vasconcellos Macedo – Cirurgião-chefe

Dr. Leandro Echenique – Clínico

Dr. Antônio Antonietto – Diretor médico do Hospital Vila Nova Star”

Bolsonaro ficará cinco dias afastado da Presidência. Neste período, o vice-presidente General Hamilton Mourão assumirá o cargo. Segundo o porta-voz do Planalto, Otávio Rego Barros, Bolsonaro deverá despachar do hospital após esses cinco dias. O hospital montou um escritório para ele trabalhar. 

O cirurgião disse que a cirurgia foi tranquila. “Não houve nenhuma sutura intestinal, não houve sangramento. A gente imagina que após a alta ele deverá viajar em 7 ou no mais tardar 10 dias. Mas mesmo que a gente dê alta clínica talvez ele espere no hospital para fazer mais exames.”

Sobre o tempo de cirurgia, o médico afirmou: “Normalmente uma cirurgia de hérnia não demora tudo o que demorou, mas a gente não contava que o intestino tinha aderido como aderiu na cirurgia de 28 de janeiro.” 

Família viu tudo

Segundo o médico, os dois filhos Eduardo e Carlos Bolsonaro e a primeira-dama Michelle assistiram à cirurgia de uma antessala anexa ao centro cirúrgico que tem visão para o local de operação. Eles podiam acompanhar pelo vidro ou por um monitor instalado na antessala. 

Cirurgias anteriores

O presidente foi esfaqueado em 6 de setembro do ano passado, em Juiz de Fora, durante a campanha eleitoral para a Presidência. De lá para cá, passou por três cirurgias. O autor do atentado foi internado por tempo indeterminado em um manicômio judicial. 

A primeira cirurgia após a facada aconteceu no mesmo dia do atentado, em um hospital de Juiz de Fora. Cinco cirurgiões e dois anestesistas participaram da intervenção. Durante o procedimento, Bolsonaro precisou receber quatro bolsas de sangue, e teve implantada uma bolsa de colostomia. 

Dias depois, em São Paulo, Bolsonaro passou por uma segunda cirurgia, onde os médicos reabriram o corte da primeira cirurgia e encontraram a obstrução em uma alça do intestino delgado, que fica na parte esquerda do abdômen. 

Em janeiro de 2019, o presidente voltou ao hospital Albert Einstein, em São Paulo, para fazer a retirada da bolsa de colostomia e o ligamento do intestino.

Por G1

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