A combinação de dois fenômenos de espalhamento da luz na atmosfera foi o que resultou na coloração rosa/violeta do céu logo após o pôr-do-sol de ontem (11). O primeiro é o Espalhamento Rayleigh, responsável pelo azul do céu, e o segundo é Espalhamento Mie, responsável pela coloração avermelhada/alaranjada do pôr-do-sol.

De acordo com o professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e doutor em Astrofísica, Marildo Pereira, o efeito rosa/violeta prevalece quando o sol está baixo. A poluição acaba interferindo no bloqueio da luz azul, e quanto mais olhamos para a direção do horizonte maior é a camada de poluição próxima da superfície da Terra.


“Quando o sol se aproxima do horizonte, em condições normais, com a atmosfera poluída (aerossóis, poeira), a componente azul da luz do sol passa a ser muito absorvida na direção de nossa linha de visada, de forma que a componente vermelha acaba passando com mais facilidade e se espalhando (Espalhamento Mie), dando a coloração avermelhada/alaranjada do por do Sol. No caso da coloração rosa/violeta observada ontem, tendo em vista que o céu estava muito limpo (devido a chuvas, juntamente com o baixo índice de poluição e poeira) permitiu que nestas condições a luz azul também atravessasse uma maior camada de atmosfera, se juntando com a componente vermelha, de modo que a combinação dos dois espalhamentos produziu o efeito observado”, informou o astrofísico ao Acorda Cidade, que também tem pós-doutorado no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais participando da construção do detector CAMIV, destinado à observações astronômicas no Infravermelho.

O efeito chamou a atenção em várias cidades da Bahia, e nas redes sociais muitas pessoas compartilharam fotos belíssimas.

Do Acorda Cidade

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