Foram entregue na manhã desta segunda-feira (28), mais 30 novos leitos no Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA), em Feira de Santana. O ato de entrega contou com a presença da secretária da Saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana.

Além dos novos leitos, foi inaugurada a ampliação do Serviço de Nutrição e Diética, que inclui refeitório, cozinha e fachada.


Em entrevista ao Acorda Cidade, a procuradora Anelise Pereira, informou que a reforma de ampliação, é fruto de uma ação civil pública.

“Nós temos uma ação civil pública que foi ajuizada na Justiça do Trabalho em parceria com o Ministério Público Estadual e o Ministério Público Federal. O objeto desta ação, era o meio ambiente de trabalho aqui do hospital, e houve uma condenação em um dano moral coletivo, então fizemos um acordo com o estado da Bahia, para que essa condenação fosse destinada ao próprio hospital, para melhoria das condições de trabalho dos empregados. Então este refeitório e a cozinha estão previstos neste acordo no âmbito judicial na ação civil pública”, explicou.

Ao Acorda Cidade, o diretor médico do HGCA, Karlos Figueiredo, destacou a importância da ampliação, seja nos leitos, assim como também na estrutura na própria unidade.

“Para a gente, é um dia de muita alegria. Podendo presenciar um novo refeitório com toda a parte de cozinha, tudo bem equipado com que há de mais moderno, câmaras frias com todo um padrão como manda legislação em todas as normas, então assim, a gente fica muito feliz, é um sinal do compromisso da nossa secretária Roberta, do nosso governador Jerônimo com a saúde de Feira de Santana e região, mas também com cuidado com os nossos servidores. Esse refeitório é para nossa equipe assistencial que trabalha aqui, ter um espaço mais confortável, mais humanizado para poder fazer as suas refeições com muito mais qualidade e a nossa enfermaria sem dúvida alguma, nos pega também com muita alegria, porque como sabemos, o Hospital Geral Clériston Andrade está em uma localidade estratégica, e que é altamente demandado. A nossa emergência é o tempo todo cheia, então mais 30 novos leitos de enfermaria que a gente vai disponibilizar para clínica médica, que são os pacientes que demandam mais tempo aqui dentro da unidade, porque esta nova enfermaria vai também ter tudo de mais moderno, confortável e humanizado para poder tratar o paciente do SUS”, afirmou.

Durante coletiva de imprensa, a secretária Roberta Santana destacou os investimentos que estão sendo feitos para minimizar os problemas da regulação.

“Foram abertos 30 leitos de retaguarda no Hospital Dom Pedro de Alcântara. A maior demanda de regulação em Feira de Santana chama-se clínica médica, que poderia ser tratada também de forma com um Hospital Municipal por exemplo, para fornecer antibióticos aos pacientes. Foram investidos mais de 2,6 bilhões somente nessa gestão do governador Jerônimo Rodrigues, 600 leitos foram abertos somente neste primeiro semestre, então tem muita coisa sendo feita, o Hospital Dois de Julho que atende a regional nordeste, a gente abriu e está disponibilizando lá 70 leitos de UTI, nós temos resultados positivos assim como na regulação, essa é uma questão que o governador Jerônimo vem enfrentando diariamente junto comigo, e nós temos vencido esses números, nós já regulamos 180 mil pessoas somente neste ano”, relatou.

Segundo a secretária, é preciso que os municípios também possam realizar os trabalhos preventivos.

“Quando a gente fala em zerar a fila de regulação, a regulação é normatizada pela própria política do SUS, o que nós temos feito é trabalhar a eficiência para diminuir o tempo de espera na fila da regulação, este é o nosso grande desafio. Hoje este tempo é em média dois dias e meio, o que a gente tem trabalhado para que esse tempo diminua, é o que o governador tem pedido. Mas também é um trabalho preventivo das unidades e dos municípios com atenção primária, é muito importante, não adianta eu estar tratando da alta complexidade se eu não trato o que causa a outra complexidade, então no trabalho em conjunto, o governador se colocou à disposição, vai caminhar lado a lado com os municípios, nós não estamos transferindo a responsabilidade, sabemos das nossas responsabilidades, já abrimos 600 leitos somente neste ano e vamos abrir muito mais, a expectativa é que a gente abra mais de mil leitos neste ano”, informou.

Hospital Estadual da Criança

Durante a coletiva de imprensa, a secretária foi questionada sobre os funcionamentos do Hospital da Mulher e do Hospital Estadual da Criança (HEC). Segundo ela, a unidade é porta aberta e os próprios pacientes optam por buscar serviços oferecidos pelo governo do estado.

“O Hospital da Mulher é maternidade, não é um Hospital Municipal como tem sido dito, a gente consegue perceber pelas especialidades que ela oferece. O segundo ponto, é que o Hospital da Criança é porta aberta, o município que ao abrir o Hospital da Criança, fechou o atendimento de pediatria no Hospital da Mulher. Então eu acho que as coisas estão invertidas e é fácil de falar sobre isso, é só pedir para que uma criança se dirija até o Hospital da Criança e a gente vai verificar se ela foi atendida ou se não foi atendida. O que nós temos, é que de fato há uma superlotação dessas unidades por conta do problema que a gente já falou antes, não tem preparo nas unidades de emergência oferecidas pelo município, registro de falta de insumos, de profissionais e isso tudo compromete. Hoje a população de Feira de Santana só confia no atendimento ao governo do estado, seja no Hospital da Criança, seja no Clériston Andrade ou seja na UPA, então paciência. O que o governador determinou, é que quem chegar, vai ser atendido e é isso que nós temos feito”, destacou.

Também presente na entrega dos novos leitos, o deputado estadual Robinson Almeida (PT) destacou as responsabilidades que os entes federativos possuem, e é necessário que haja essa união para que os serviços sejam ofertados.

“O SUS é um Sistema Único de Saúde e cada ente tem sua responsabilidade, o governo federal tem, o governo do estado tem outra e o município também tem outra, é isso que faz o sistema funcionar em harmonia. Qual é a responsabilidade do município? A atenção básica da saúde, que é o posto, a unidade básica funcionando com médicos, com enfermeiros, com dentistas, com agentes comunitários de saúde, de endemias, para quando você tiver um problema de pressão alta, você faz uma consulta, medir a sua pressão, lhe dá um remédio e você controla, porque sem este controle, você pode evoluir para um AVC, para um problema cardíaco e vai parar nos leitos de um hospital sem necessidade. Então eu tenho feito apelo não só para o prefeito de Feira de Santana, mas para todos os prefeitos da Bahia, que a gente só vai enfrentar o gargalo da regulação, quando a atenção básica funcionar adequadamente e a gente ter todo um sistema 100% operando, porque quanto mais você abre leitos, quanto mais você atende na média e na alta complexidade é bom, mas se você não cuida na atenção básica, você não vai diminuir a pressão sobre o sistema”, concluiu.

Fonte: Acorda Cidade

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