BRASIL

Eduardo faz apelo no Muro das Lamentações com pedido de ‘solte o Bolsonaro’

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está em Israel, deixou nesta quinta-feira (4) um bilhete no Muro das Lamentações, em Jerusalém, com o pedido “Solta o Bolsonaro”, em referência ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e já preso em regime fechado.

O registro foi divulgado em vídeo nas redes sociais do parlamentar. Nas imagens, Eduardo mostra o bilhete, o dobra e o insere entre as fendas do muro, tradicionalmente utilizado por fiéis para orações e pedidos espirituais. O local é considerado um dos espaços mais sagrados do judaísmo e recebe visitantes do mundo inteiro.

A ação ocorre enquanto o deputado permanece fora do Brasil há quase um ano. Ele está nos Estados Unidos desde fevereiro de 2025, onde vive com a esposa e os filhos. Eduardo Bolsonaro mantém articulações políticas no exterior, incluindo encontros com aliados do ex-presidente norte-americano Donald Trump.

Reunião com militar investigado por crimes de guerra

Durante a passagem por Israel, Eduardo Bolsonaro também se encontrou com Yuval Vagdani, militar das Forças de Defesa de Israel (FDI). O soldado deixou o Brasil em janeiro de 2025 após a Justiça Federal determinar que a Polícia Federal investigasse denúncias de crimes de guerra cometidos por ele contra palestinos na Faixa de Gaza.

Em publicação feita nas redes sociais, Vagdani afirmou que conversou com o deputado, trocou presentes e discutiu temas relacionados ao povo israelense.

A investigação brasileira teve como base documentos apresentados pela Fundação Hind Rajab (HRF), que incluem vídeos, dados de geolocalização e mensagens atribuídas ao militar. Em uma delas, Vagdani teria escrito: “Que possamos continuar destruindo e esmagando este lugar imundo sem pausa, até os seus alicerces”.

As denúncias apontam que o soldado teria participado da demolição de um quarteirão residencial em Gaza utilizado como abrigo por palestinos deslocados. O caso foi enquadrado como possível crime de guerra, com base no Estatuto de Roma — tratado internacional do qual o Brasil é signatário.

Após a abertura do procedimento, Vagdani deixou o país com apoio da embaixada de Israel no Brasil e do serviço secreto israelense, Mossad. Ele estava na Bahia e seguiu para a Argentina, onde recebeu auxílio diplomático antes de viajar para Israel.

Na ocasião, o governo israelense divulgou nota criticando a iniciativa judicial brasileira e acusando a HRF de utilizar mecanismos legais para promover uma “narrativa anti-Israel”.

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