Esperado pela classe trabalhadora, o reajuste do salário mínimo de 2023 pode não ser pago no mês de janeiro. O aumento para R$ 1.320 ainda está em discussão porque os R$ 6,8 bilhões destinados pela emenda constitucional transitória se mostraram insuficientes para custear o aumento dos benefícios vinculados ao salário mínimo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A quantidade de pensões e aposentadorias no segundo semestre de 2022 tiveram um impacto maior do que o esperado nas despesas do INSS este ano. De acordo com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o relator do Orçamento fez um reforço orçamentário quando o projeto foi encaminhado ao governo federal em R$ 6,8 bilhões.
A questão é que esse recurso foi consumido pela medida de redução da fila de pedidos do INSS. E só “a partir do início do processo eleitoral, a fila começou a andar”, reclamou Haddad. Ainda segundo o ministro, a promessa de campanha do presidente Lula não teria sido descumprida.
“O compromisso do presidente Lula é de aumento real, o que já aconteceu. O salário mínimo atual é 1,4% maior que a inflação acumulada desde o último reajuste”, rebateu.
Impacto nas despesas do INSS seria divulgada no início desta semana
Além dos R$ 6,8 bilhões, o governo precisa de R$ 7,7 bilhões para financiar o aumento do salário mínimo para R$ 1.320 em janeiro, segundo cálculos preliminares da equipe econômica.
Os números deveriam ser divulgados pelo Ministério da Previdência no início desta semana, mas a divulgação do impacto foi adiada depois que golpistas insatisfeitos com os resultados das eleições de 2022 invadiram a sede dos Três Poderes no domingo (8).
Alguns representantes da equipe econômica argumentaram que o aumento para R$ 1.320 foi adiado. No entanto, a decisão final só virá após negociações entre o Palácio do Planalto e as centrais sindicais.