O advogado Bernardo Fenelon deixou a defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). O anúncio da saída ocorreu após a revelação de documentos da CPMI do 8 de janeiro que mostraram a negociação de um Rolex pelo militar no início da semana.
Segundo a Polícia Federal (PF), Cid vendeu um relógio da marca Rolex pelo valor de US$ 68 mil (cerca de R$ 346 mil pela cotação atual do dólar) e depositou o dinheiro em espécie na conta do pai dele, o general Mauro Lourena Cid. O objeto valioso foi presente da Arábia Saudita ao governo brasileiro.
Na sexta-feira (11), Cid, o pai dele, general Mauro Lourena Cid, o advogado Frederick Wassef e o tenente Osmar Crivelatti foram alvos de operação da Polícia Federal que investiga a venda de mais itens valiosos do acervo da Presidência no exterior.
Segundo a PF, os suspeitos são investigados por utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues de presente por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens em países do exterior.
A investigação apontou, até o momento, que os valores obtidos dessas vendas ilegais foram convertidos em dinheiro em espécie e ingressaram no patrimônio pessoal dos investigados.
O advogado Fenelon é especialista em delações premiadas e não detalhou o motivo de sair do caso de forma oficial. O defensor é o segundo advogado que deixa a defesa de Cid em três meses. O antecessor Rodrigo Roca, advogado próximo da família Bolsonaro, defendia o militar até maio, mas saiu do caso após Cid ser preso por fraude em cartões de vacina.
A CNN não localizou o novo advogado de Mauro Cid para comentar a investigação da PF.