O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, revelou que as Forças Armadas “não aceitaram proposta de golpe”, recebida do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme delatado pelo tenente-coronel, Mauro Cid.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), Cid afirmou que Bolsonaro se reuniu com a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para discutir detalhes sobre um plano de golpe para permanecer na Presidência da República.
Recentemente, uma pesquisa do Instituto Datafolha apontou que 61% dos entrevistados acreditam que militares das Forças Armadas são envolvidos em irregularidades sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Outros 25% não acreditam na hipótese, e 14% dizem não saber.
Apesar do encontro, o ministro disse que o liberal não conseguiu convencer as Forças Armadas e pediu atenção na culpabilização dos envolvidos. “Eu digo isso há algum tempo. As instituições não embarcaram. É importante que esse processo se conclua, para que possamos separar os culpados dos suspeitos”, completou o ministro.
Esta não é a primeira vez que Múcio reagiu à possibilidade de um golpe de Estado impetrado pelas Forças Armadas. Em dezembro do ano passado, antes mesmo de tomar posse, ele falou sobre o assunto em entrevista à Globo News.
“As Forças Armadas têm demonstrado que não apoiam qualquer movimento”, afirmou. “Evidentemente que eles têm suas preferências (…) nós temos três Forças [Armadas] e em cada uma delas existem diferentes preferências”, afirmou Monteiro.
Na ocasião ele ainda ressaltou que existe o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Bolsonaro, assim como há o Exército, a Marinha e a Aeronáutica que gostam de Lula. “As Forças Armadas são uma instituição do Estado brasileiro e não de quem está comandando o Estado Brasileiro. A sociedade brasileira respeita as Forças Armadas pela sua união, pela sua força e sua responsabilidade, ainda que tivessem muitas oportunidades de exercitar essa ‘falta de patriotismo'”, comentou.
Fonte: Bnews