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Protestos deixam ao menos 7 mortos na Venezuela; oposição denuncia prisão de líder partidário

Protestos na Venezuela deixaram ao menos sete pessoas mortas desde a eleição presidencial do último domingo (28), vencida, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), por Nicolás Maduro. Além das mortes, o partido Voluntad Popular denunciou o sequestro do líder Freddy Superlano — a oposição alega ter vencido o pleito.

De acordo com números contabilizados pelo Uol, com dados da Pesquisa Nacional de Hospitais e da ONG Foro Penal, a primeira morte teria ocorrido antes da divulgação dos resultados das eleições.

Na tarde do domingo, um homem de 40 anos, identificado como Julio Valerio Garcia, teria sido morto após disparos contra eleitores na cidade de Guásimos, em Táchira — o estado também teria registrado outras duas mortes.

A ONG Foro Penal informou ainda que uma pessoa teria morrido na cidade de San Francisco e outra em Cabimas. Também teria sido registrada uma morte em Yaracuy — no estado de Aragua seriam dois óbitos e, em Caracas, um registro.

Protestos: 749 prisões

O procurador-geral Tarek William Saab afirmou que pelo menos 749 pessoas foram detidas durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro em diversas cidades.

Sequestro

O partido Voluntad Popular denunciou nesta terça-feira (30) o sequestro de Freddy Superlano. A sigla de oposição também cobrou a publicação das atas eleitorais.

“Alertamos a comunidade internacional sobre uma escalada repressiva da ditadura de Nicolás Maduro contra os ativistas da causa democrática, que exigem pacificamente a publicação dos resultados eleitorais que dão ao nosso presidente eleito Edmundo González o título de esmagador vencedor”, postou o partido na rede social X.

Itamaraty emite alerta

O Ministério das Relações Exteriores (MRE) emitiu um alerta consular para brasileiros que estão na Venezuela. Após a proclamação de Nicolás Maduro como presidente reeleito, manifestantes tomaram as ruas da capital Caracas, em meio a apelos da oposição e da comunidade internacional para que as contagens completas dos votos sejam divulgadas.

No comunicado, o Itamaraty pede que brasileiros residentes, em trânsito ou com viagem marcada para a Venezuela mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e que evitem aglomerações.

OEA

Uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) para apurar a falta de transparência nas eleições venezuelanas está marcada para esta quarta-feira (31).

A solicitação foi feita em nota conjunta por Uruguai, Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana.

Venezuela expulsa embaixadores

O governo da Venezuela expulsou nesta segunda-feira (29) o corpo diplomático de sete países que contestaram o resultado das eleições presidenciais ocorridas neste domingo (28). A carta com a expulsão foi publicada pelo ministro das Relações Exteriores Yván Gil Pinto.

A expulsão ocorreu logo depois do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ter proclamado Nicolás Maduro como novo presidente da Venezuela. Foram expulsos os diplomatas da Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

Oposição questiona resultado do Conselho

A oposição a Nicolás Maduro não aceitou o resultado do CNE. María Corina Machado reivindicou a vitória do candidato, Edmundo González.

Ela chegou a afirmar – sem apresentar provas — que Edmundo Gonzáles Urrutia “obteve 70% dos votos e Nicolás Maduro 30%. Esta é a verdade”.

O CNE informou, no entanto, na madrugada de segunda-feira (29), que Maduro teve 51,2% dos votos válidos, contra 44,2% de Edmundo González.

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