Os prefeitos das cidades baianas Ibipitanga e Boquira, Humberto Rodrigues (PT) e Alan França (PSB), foram afastados e presos em flagrante por porte ilegal de arma de fogo após a quarta fase da Operação Overclean, que tem objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em fraudes licitatórias, desvio de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro.
Humberto Raimundo Rodrigues tem 59 anos e é conhecido na cidade como “Beto”. O gestor é casado, tem ensino médio completo e nasceu no município de Ibipitanga, onde é prefeito.
O prefeito declarou bens avaliados em pouco mais de R$ 1 milhão. Entre eles um apartamento no Horto Bela Vista, em Salvador, (no valor de 600 mil), um terreno em Ibipitanga e lotes de terra em Guanambi.
Humberto se candidatou a prefeito pela primeira vez em 2008 e foi eleito. Em 2012, conseguiu a reeleição. O prefeito voltou ao cargo em 2020 e foi reeleito em 2024.
O prefeito de Boquira, Alan Machado França, tem 48 anos, foi eleito pela primeira vez em 2024. Com ensino superior completo, nasceu em Salvador e era servidor público municipal.
Quando se candidatou, Alan França declarou bens como cabeças de gado, uma casa em Boquira e um carro, que somados valiam R$ 250.637,00.
Além dos afastamentos, a Justiça decretou mandados de busca e apreensão contra os dois prefeitos.
Dinheiro na casa de ex-prefeito
O ex-prefeito de Paratinga, Marcel José Carneiro de Carvalho (PT), de 46 anos, também foi alvo da quarta fase da operação. Uma grande quantia foi apreendida nesta sexta, na casa dele, mas o valor ainda não foi divulgado pela Polícia Federal.
As investigações também apontaram indícios de desvios de emendas parlamentares no município durante o último mandato de Marcel Carneiro, que aconteceu entre 2020 e 2024.
O ex-gestor é administrador e nasceu em Paratinga. Antes desse mandato, ele se candidatou outras quatro vezes e foi eleito em duas delas: 2008 e 2016. Na primeira vez, não conseguiu a reeleição.
Marcel José declarou, em 2020, uma fazenda, uma caminhonete e um carro de som, que juntos valiam R$ 256 mil.
Quebra de sigilo telefônico de deputado
Em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Receita Federal, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em Salvador, Camaçari, Boquira, Ibipitanga e Paratinga. As ordens judiciais foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o Blog da Camila Bomfim, o sigilo telefônico do deputado federal Félix Mendonça (PDT) foi quebrado. De acordo com as investigações, o grupo cobrava propina para liberar emendas de Félix e, depois, manipulava licitações para usar o dinheiro. O assessor dele, Marcelo Gomes, é apontado como o operador do esquema e foi alvo de buscas.
Em nota, o deputado federal afirmou que foi surpreendido ao ser apontado como alvo da operação e negou que ele ou qualquer assessor do gabinete dele tenham cometido irregularidade no envio de emendas parlamentares para municípios baianos, sejam os citados na ação ou qualquer outro.
Fonte: G1 Bahia
