Uma câmera de segurança registrou o momento em que Marcos Vinícius Alcântara, de 26 anos, morto em uma ação policial, foi visto pela última vez no Rio Sena, em Salvador. O homicídio aconteceu na segunda-feira (22).
A Polícia Militar (PM) afirma que o rapaz, que tinha autismo, foi baleado durante uma troca de tiros entre facções rivais. Já os moradores do bairro acusam os militares de chegarem atirando.
No dia do ocorrido, Marcos Vinícius saiu de casa para buscar os sobrinhos na escola, mas resolveu passar na casa de uma vizinha para buscar um celular e pegou carona com um motociclista.
Nas imagens, é possível ver quando ele desceu do veículo e entrou na casa, por volta das 16h. A ação durou cerca de um minuto.
Depois, ele apareceu correndo na rua e, em seguida, uma viatura da Polícia Militar passou pelo local. Moradores disseram que ele costumava fazer isso com frequência e corria pelas ruas do bairro.
Em entrevista à TV Bahia, uma mulher, que preferiu não se identificar, disse que viu o jovem correndo e, na sequência, ouviu os disparos.
Ela negou a versão da Polícia Militar e disse que não acontecia nenhum tiroteio na região antes da morte de Marcos Vinícius.
Na quarta-feira (24), os ônibus do transporte público pararam de rodar no Rio Sena após a morte de Marcos Vinícius Alcântara. Os coletivos passaram a fazer final de linha na localidade conhecida como Largo do Luso, e só retomaram o atendimento no final da tarde dia do mesmo dia.
Amigos, familiares e vizinhos protestaram na noite de terça (23), quando objetos chegaram a ser queimados na pista para impedir a passagem de veículos na região.
O corpo de Marcos Vinícius foi sepultado na tarde de quarta, no Cemitério Vale da Saudade, em Candeias, Região Metropolitana de Salvador (RMS). A cerimônia reuniu dezenas de pessoas, que se deslocaram em ônibus e vans.
Em entrevista à TV Bahia, uma vizinha e amiga do jovem lamentou o ocorrido. “Vinicius não é o primeiro e nem o último a cair na estatística. E eu pergunto: vai ficar assim? A gente quer justiça. Ele não merecia morrer da forma como morreu. Ele era um menino doce e alegre”, disse Fernanda.
Fonte: G1 Bahia