A Polícia Civil concluiu que Fabiana Correia Cardoso, de 43 anos, foi vítima de feminicídio cometido pelo ex-companheiro, João Pedro Souza Silva, de 23 anos, no dia 11 de setembro, em Salvador. O crime ocorreu dentro do mercadinho onde os dois eram sócios, no bairro de Periperi, no subúrbio da capital baiana. O corpo da vítima não foi localizado.
De acordo com informações divulgadas pela Polícia Civil nesta segunda-feira (22), a perícia identificou o perfil genético de Fabiana em duas facas utilizadas na tentativa de desmembramento do corpo. Também foram encontrados vestígios de sangue feminino no freezer onde o cadáver teria sido mantido após o crime.
Em depoimento, João Pedro e um primo dele relataram que Fabiana foi derrubada no chão, esganada e, ainda semiconsciente, atingida por golpes no pescoço até a morte. Após o assassinato, o corpo foi colocado em um freezer e, posteriormente, armazenado em um tonel azul. Os suspeitos afirmaram ainda que tentaram destruir o cadáver com substâncias corrosivas e inflamáveis.
Segundo a investigação, no dia 13 de setembro, dois dias após o crime, o tonel foi transportado para um imóvel onde funcionava a hamburgueria do ex-companheiro da vítima, no bairro de Mussurunga. No local, os restos mortais teriam sido queimados por várias horas. No dia seguinte, os resíduos remanescentes foram descartados em um container público.
O delegado André Carneiro, responsável pelo caso, destacou que a ausência do corpo não impede a responsabilização penal. Segundo ele, as provas técnicas reunidas demonstram a ocorrência do homicídio e as ações voltadas à ocultação do cadáver. O inquérito foi concluído e encaminhado ao Tribunal do Júri, com indiciamento por feminicídio e ocultação de cadáver.
O desaparecimento de Fabiana foi registrado pela família em 15 de setembro. Parentes informaram que o último contato com a vítima havia ocorrido no dia 11, o que foi considerado atípico. O inquérito policial foi instaurado em 30 de setembro, após a polícia identificar indícios incompatíveis com um afastamento voluntário.
A diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Lígia Nunes de Sá, informou que a investigação foi conduzida com base em provas indiretas, perícias e análise de contradições nos depoimentos, já que não havia corpo nem testemunhas presenciais diretas.
João Pedro foi preso no dia 21 de outubro e o primo dele em 5 de novembro, após o cumprimento de mandados de prisão temporária. Em 18 de dezembro, ambos tiveram as prisões preventivas decretadas e permanecem à disposição da Justiça.
As informações são do G1 Bahia





