Uma das poucas regiões do estado da Bahia que não dispõe do Serviço Móvel de Urgência – SAMU 192 é a do sisal, onde estão municípios com população relativamente grande como Serrinha, Conceição do Coité, Araci e Santaluz no território do sisal e do território da Bacia do Jacuípe, com destaque para Ipirá e Riachão do Jacuípe, cortadas por rodovias movimentas.
Sem o Samu, quem vem prestado com muita eficiência os serviços de socorro são brigadas voluntárias em Conceição do Coité desde 2009 a Brigada Voluntária Anjos da Vida que sempre estendeu os atendimentos até fora dos limites do município, situação idêntica a Brigada Voluntária Anjos Jacuipenses que foi fundada há pouco mais de dois anos.
Anjos Jacuipenses
Fundado em 14 de agosto de 2017, depois da realização de um curso de primeiros socorros, toda sociedade jacuipense abraçou a ideia da Brigada Voluntária Anjos Jacuipenses que realmente tem prestado um serviço semelhante a do SAMU quanto ao deslocamento e atendimento dos primeiros socorros ainda no local do acidente até a condução das vítimas para o hospital mais próximo.
A Brigada não dispõe de uma equipe médica como o SAMU, mas segundo o presidente da entidade Lucival Jesus Souza todo grupo formado por cerca de 40 voluntários tem procurado se qualificar para atender as demandas e hoje é reconhecida pelo trabalho realizado diuturnamente de domingo a domingo, seja na prestação de socorro em acidentes de transito, incêndio, situação de afogamento e casos clínicos.
O grupo vem se capacitando e atualizando, esteve em um curso de capacitação pela Unidade de Ensino e Pesquisa Integralizada – UNEP, em Coité, mensalmente participa de um curso realizado pelo SAMU na Secretaria de Saúde de Feira de Santana, enfim, participa de todos os cursos promovidos na região cujo foco seja para aprimorar ainda mais o trabalho dos socorristas.
A carência do SAMU fez com que, não somente a população de Riachão abracasse a causa, como também das cidades vizinhas que têm sempre acionado o grupo para prestar algum tipo de serviço. Vale lembrar que os socorristas realizam um trabalho gratuito, mas existem os custos de manutenção de ambulâncias e combustível e para isto a Brigada conta com apoio do comercio e de outras pessoas abnegadas. A Prefeitura de Riachão também contribui com R$ 1 mil em combustível.
Campanha para aquisição de mais uma ambulância
Atualmente está acontecendo uma campanha com venda de bilhetes para sorteio de um garrote e dois carneiros, e todo valor dos seiscentos bilhetes vendidos a R$ 50,00 será destinado a compra de uma ambulância nova e mais uma vez a população está demonstrado que reconhece o trabalho da brigada na compra do bilhete e os R$ 30 mil que serão arrecadados se juntarão a doações feitas pelo prefeito Zé Filho que doou o garrote e prometeu mais R$ 5 mil, os carneiros foram doações de moradores do Povoado Mandaçaia e Tanque Novo, deputada Neusa Cadore doou R$ 500, deputado Diego Coronel também fez um vídeo prometendo contribuir para compra de uma ambulância. Tem também um lista que não concorre a nada, mas centenas de pessoas contribuem com a doação de R$ 5.
Segundo o presidente da entidade, o veículo será um van para que possa dar mais segurança e conforto para os socorridos e socorristas. O valor pode chegar a R$ 60 mil, no entanto se não for alcançado fará aquisição de uma de menor porte. Mas estamos confiante que vai dar certo, as pessoas estão mostrando muito boa vontade, inclusive tem muita gente vendendo e sentimos que está ocorrendo tudo dentro do que programamos e acredito que faltam menos de 150 bilhetes”, afirma Lucival.
A primeira ambulância (conforme a foto acima) adquirida pelos Anjos Jacuipenses, veículo usado doado pela Prefeitura e com apoio da população conseguiu recursos para reforma da mesmo. A segunda ambulância foi comprada pela União dos Caminhoneiros pelo valor de R$ 25 mil por intermédio do caminhoneiro conhecido em Riachão por Dodô, que por sinal está participando ativamente desta nova campanha.
Brigada Anjos da Vida de Coité é pioneira na região neste tipo de serviço voluntário
Em 2009 um grupo de voluntários que ganhou o nome de Brigada Voluntária Anjos da Vida iniciou um trabalho sem a minima estrutura mas com a força de vontade de ajudar as pessoas vítimas de acidente e diferentemente da Brigada Anjos Jacuipenses tinha dificuldade de locomoção até o local do acidente, já que inciaram sem nenhuma ambulância, improvisava instrumentos de primeiro socorro e sempre conduzia as vítimas até o hospital em algum tipo de carro aberto que pudesse manter a vítima deitada e muitas vezes contou com o auxilio da Polícia Militar, conforme simulação para a equipe do SBT.
O brilhante trabalho repercutiu as demandas aumentaram e ‘Anjos da Vida’ passou a ser a principal alternativa de socorro da cidade, assim como acontece com os voluntários de Riachão.
O momento mais marcante nestes 10 anos de Anjos da Vida foi quando um dos fundadores, Magno Santana, resolveu enviar uma carta para o Programa do Ratinho pedindo uma ambulância, na ocasião, o programa numa parceria com uma montadora de veículos levava três histórias de entidades que escreviam de todo o País, e a mais interessante, levando em consideração a necessidade e os benefícios, era escolhida para receber a ambulância e na ocasião o jovem Magno foi no Programa e comemorou a conquista de uma Topic semi Uti que dias depois foi entregue em Coité.
O momento mais marcante nestes 10 anos de Anjos da Vida foi quando um dos fundadores, Magno Santana, resolveu enviar uma carta para o Programa do Ratinho pedindo uma ambulância, na ocasião, o programa numa parceria com uma montadora de veículos levava três histórias de entidades que escreviam de todo o País, e a mais interessante, levando em consideração a necessidade e os benefícios, era escolhida para receber a ambulância e na ocasião o jovem Magno foi no Programa e comemorou a conquista de uma Topic semi Uti que dias depois foi entregue em Coité.
O veículo não tem servido tanto, pois, quase sempre está quebrado e chega a ficar meses parado, como possui outras duas ambulâncias a turma continua a prestar os serviços sempre que acionados. A Brigada inicialmente recebeu uma ambulância de uma empresa de Plano Familiar, depois da Topic comprou outra com venda de feijoada e por último recebeu doação de um empresário da cidade.
Portanto, na falta do Samu 192 algo tão comum no Brasil ainda não chegou na região do sisal. Na Bacia do Jacuípe chegou a definir que a sede seria em Ipirá, duas ambulâncias foram enviadas para lá, mas nunca funcionou, caso estivesse na ativa, pelo menos Riachão do Jacuípe poderia está inserido e contar com uma ambulância.
Informações dão conta que o alto custo no pagamento dos profissionais de saúde, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e toda estrutura causaria impacto muito grande no orçamento dos municípios que só reclamam dos cortes de verbas a cada ano, razão maior para que os gestores olhem com mais atenção no sentido de apoiarem os voluntários.
Fonte: Calila Notícias