Representantes do Ministério da Saúde e da empresa britânica Oxitec se reuniram para tratar sobre o resultado do projeto que liberou cerca de 12 milhões de mosquitos Aedes aegypti transgênicos machos nos bairros de Pedra Branca e Catuaba, em Jacobina, no Centro-Norte da Bahia. As informações foram confirmadas ao BNews pela assessoria do Ministério.
Segundo o parecer feito pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), o projeto foi liberado mesmo ainda não existindo experiência com a liberação destes organismos. A intenção do Ministério da Saúde era reduzir a população de mosquitos em 90%.
“A iniciativa apresentada é importada e de alto custo. Assim, é necessário realizar estudos mais robustos de efetividade e de custo-benefício quanto à indicação e forma de uso, critérios avaliados pela Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) para incorporar novas tecnologias no Sistema Único de Saúde (SUS)”, informa trecho de nota enviada à reportagem.
Na reunião, a empresa foi orientada a buscar instituições brasileiras, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), já que o Ministério da Saúde só pode financiar projetos de pesquisas em parcerias com instituições públicas brasileiras.
Segundo a pasta, será solicitado formalmente à Oxitec monitoramento entomológico das populações em campo do Aedes aegypti em todos os municípios onde realizou a soltura dos insetos modificados e informe os resultados tanto aos municípios quanto para o Ministério. Além disso, a empresa terá que realizar um estudo que comprove que os mosquitos hídricos são seguros para o ecossistema e para a população.
Sobre a pesquisa que apontou o fracasso do projeto, o Ministério da Saúde disse que “ainda não está claro qual o comportamento e qual o papel destes mosquitos com genes modificados na transmissão de doenças”.
A reportagem tentou contato com a Oxitec, mas não teve nenhum retorno.