Cerca de 15 venezuelanos, entre crianças e adultos, chegaram a Feira de Santana na última sexta-feira (7) e estão precisando de assistência. Com ajuda de moradores, eles conseguiram um alojamento improvisado no bairro Rua Nova, no espaço de uma padaria desativada, onde estão recebendo água e alimento. As Informações são do Acorda Cidade.
Entre as pessoas que os acolheram está Queli Alves, presidente da Associação de Mulheres Trans da Rua Nova. Ela disse ao Acorda Cidade que os venezuelanos chegaram ao Brasil de navio. Ela disse também que eles precisam de emprego, e as crianças de atendimento médico.
“Eles chegaram ao bairro Rua Nova e disseram que teve uma chuva muito forte na Venezuela que acabou com a comunidade deles, e que o presidente Nicolás Maduro não é bom para ajudar a comunidade e não é muito solidário às causas dos índios. Eles saíram lá do pais deles e vieram parar aqui em Feira de Santana. Eu Queli Alves, presidente da Associação de Mulheres Trans da Rua Nova, estou junto ajudando com alimentação, ajudando com local para eles passarem a noite, e o frio. Tem crianças e mulheres.
A comunidade está comigo ajudando. As pessoas trazem café, almoço, água e desta forma estamos levando, mas na segunda-feira vamos procurar a prefeitura, a Secretaria de Desenvolvimento Social para buscar uma solução para eles. Pedir um auxílio moradia, um atendimento médico para saber como estão as crianças, porque fizeram uma viagem de navio muito perturbada. Vamos ver uma possibilidade junto com a prefeitura, de até os incluir no mercado de trabalho para que eles tenham o dinheirinho deles, para que eles tenham como levar a vida social deles em frente. Eles falam que vieram de navio. Uns saltavam em uma cidade, outros em outras cidades e vieram parar aqui em Feira de Santana, e agora estão aqui nesta situação”, relatou.
Prefeitura já foi informada
A moradora do bairro Rua Nova, Janaira da Silva, trabalha no setor administrativo do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do bairro e disse que o secretário de Desenvolvimento Social Pablo Roberto já foi informado da situação e até já mandou equipes ao local.
“Até o momento o Cras ainda não foi acionado, porque a situação começou sexta à noite, mas eu sou vizinha daqui de onde eles estão. A comunidade da Rua Nova abraça mesmo a causa, e está fazendo o que pode. Na sexta à noite mesmo foi passado essa situação ao secretário de Desenvolvimento Social e ele imediatamente deu retorno. Ele falou que iria mandar uma equipe no dia seguinte pela manhã e realmente neste sábado vieram aqui, trouxeram cestas básicas e ficou de na segunda-feira enviar outra equipe para ver um aluguel social para colocá-los em um lugar melhor, até mesmo porque tem crianças. Aqui não tem água, eles estão sem tomar banho. Essa cobertura aqui é só para eles passarem sol e chuva, só isso mesmo”, disse.
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, desde 2015, após o presidente Nicolás Maduro perder as eleições parlamentares, parte da população venezuelana começou a emigrar em maiores números para alguns países da América Latina. Na fronteira do Brasil com a Venezuela, o município de Pacaraima, a cerca de 200 km de distância da capital do estado de Roraima, Boa Vista, tem recebido parte desse fluxo, em meio ao surgimento de conflitos sociais.