O médico Elsimar Coutinho, de 90 anos, que estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, morreu nesta segunda-feira (17). A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do médico.

Elsimar Coutinho foi internado no dia 20 de julho, no Hospital Aliança, em Salvador, após apresentar caso de Síndrome Respiratória Aguda Grave, decorrente da Covid-19. Quase 10 dias depois, ele foi transferido para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo e nesta segunda, ele faleceu após complicações da Covid-19.


Médico Elsimar Coutinho morreu nesta segunda-feira (17), em São Paulo — Foto: Redes Sociais / Reprodução

Durante a internação Elsimar passou por um procedimento de traqueostomia, quando um tubo fino é colocado na garganta para permitir a passagem do ar.

Nascido em Pojuca, no interior da Bahia, era filho do médico Elsior Coutinho. Elsimar dizia que a profissão foi uma espécie de herança do pai, que, além de médico, era farmacêutico e professor de farmacologia. “Ele ensinava como extrair remédios das plantas, coisa que meu avô fazia, apesar de não ser formado. Meu avô era um prático da medicina e meu pai, com certeza, inspirou-se nele”, disse Elsimar ao site institucional dele.

Seguindo os passos do pai, se formou primeiro em farmácia e bioquímica, em 1951, pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), 4 anos depois, em 1956, concluiu o curso de medicina, na mesma universidade. Fez pós-graduação em Endocrinologia pela Universidade de Sorbonne, em Paris, França, e no Instituto Rockfeller, em Nova York, EUA.

Foi no início desse processo de qualificação que o médico conheceu a relação entre os hormônios e a reprodução humana, o que o e vou a pesquisas e a uma nova trajetória profissional na medicina.

Como professor e pesquisador da Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia, Elsimar Coutinho fez uma das suas maiores descobertas. Nos anos 60, após observar pela primeira vez os efeitos da supressão da menstruação, o médico revelou a criação do primeiro anticoncepcional injetável de uso prolongado.

A divulgação do método gerou uma grande polêmica, mas ele continuou se dedicando às pesquisas na área e lançou outros importantes métodos contraceptivos injetáveis, pílulas para uso oral e vaginal e os implantes hormonais subcutâneos.

Segundo informações do site da clínica do médico, Elsimar Coutinho também desenvolveu uma série de medicamentos que vão desde fármacos para facilitar a gravidez até outros que impedem o parto prematuro e aborto espontâneo, além dos tratamentos de contracepção e de reposição hormonal em homens e mulheres.

Defensor do controle da natalidade por meio do planejamento familiar, criou o Centro de Pesquisa e Reprodução Humana – CEPARH, referência em reprodução humana. Além de atendimentos particulares e conveniados, o Centro atende gratuitamente pessoas carentes que necessitam de assistência em planejamento familiar.

Quando adoeceu, Elsimar Coutinho mantinha a vida profissional bastante ativa, atendendo nas quatro cidades onde a Clínica Elsimar Coutinho está presente, além de ser membro de mais de 20 entidades de pesquisas médicas no Brasil e no exterior e Conselheiro e Diretor do Programa de Pesquisa em Reprodução Humana da Organização Mundial de Saúde.

Fonte: G1

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