Falou em hortifrutigranjeiros, o primeiro lugar que vem em mente é a Central de Abastecimento de Salvador (Ceasa), que completa 50 anos de história na Bahia neste 28 de março de 2023. O equipamento, administrado pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) em parceria com a Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), ocupa atualmente a 8ª posição no ranking nacional de movimentação de mercadorias das centrais de abastecimento. Somente em 2022 foram comercializadas 565 mil toneladas de alimentos, representando uma movimentação econômica na ordem de R$ 2,3 bilhões, sendo as frutas, o alimento de maior procura.

A Ceasa comercializa mais de 140 itens que compõem a cadeia de produtos hortifrutigranjeiros, além de vender, em menor proporção, cereais e produtos alimentícios em geral. Quanto à procedência dos produtos comercializados no equipamento de abastecimento alimentar, entre os anos de 2019 e 2022, cerca de 76% do total de itens foram de origem baiana.

“A Ceasa possui um importante papel na cadeia produtiva dos hortifrutigranjeiros porque contribui na garantia de escoamento, servindo assim para assegurar a produção agrícola e o desenvolvimento no campo. Além disso, promove, desenvolve, dinamiza e organiza o abastecimento alimentar de Salvador e da Região Metropolitana. Existem permissionários que estão na Ceasa há 50 anos fazendo do local uma comunidade produtiva, que atualmente emprega de forma direta 6 mil pessoas, o que impacta positivamente no fortalecimento da economia do nosso Estado”, destaca Angelo Almeida, secretário de Desenvolvimento Econômico.

De acordo com Angelo Almeida, o equipamento desempenha um extraordinário papel no abastecimento intra e interestadual, em função da comercialização e distribuição de produtos para supermercados, hotéis, restaurantes, hospitais e pequenos comerciantes, mantendo o fluxo contínuo e garantindo a qualidade alimentar do que é ofertado para a sociedade. “Não podemos esquecer que a Ceasa é também um balizador de preços mais justos aos consumidores, em virtude da sua capacidade de regulamentação econômica, baseada na lei da oferta e da procura”, finaliza.

Márcio Roberto de Almeida, presidente da Associação de Permissionário da Ceasa (Aspec), alegra-se em ser permissionário há quase 20 anos no local, que é, segundo ele, um equipamento importante na realização do papel social para todo o Estado da Bahia, além de impactar positivamente a vida das pessoas, de forma direta e indireta, na geração de emprego e de renda, regulador de preços e do polo logístico. Ele explica que existe uma cadeia que se nutri na Ceasa, desde o vendedor de cafezinhos até grandes empresários, na qual, segundo estatística, 80% dessas pessoas dependem do equipamento.

“Os permissionários geram postos de trabalho de forma direta e indireta, como, por exemplo: o dono do mercado, que compra aqui, ele tem funcionário no estabelecimento dele, então, é uma geração de emprego de forma indireta relacionada ao hortifruti. Já para essas mercadorias chegarem aqui, nós precisamos do transporte, então, os motoristas têm empregos relacionados ao equipamento. Para essas mercadorias chegarem ao interior existe a necessidade da mão de obra, ou seja, gera emprego, posso dizer que é imensurável o potencial e a capacidade que a Ceasa tem nesse sentido”, diz Márcio.

Já Neyse Lobo, permissionária há quase 14 anos da Ceasa, na empresa familiar Disk Bananas, diz que as pessoas não têm noção do tamanho da importância da Ceasa e do impacto positivo para toda a Bahia. “Não é somente pelo seu grande espaço físico, pois tudo o que você come na sua casa tem algo da Ceasa, frutas, verduras, legumes, além de boa parte dos cereais, então, imagine o tamanho dessa responsabilidade. De tudo o que você se alimenta com procedência de Salvador e de boa parte da Bahia, passa pela Central”.

Segundo Neyse, a Ceasa é um equipamento que possibilita que se tenha preço de mercado e que se possa também competir com os mercados, além de trazer frutas, verduras e legumes de qualidade e com preços acessíveis para a população. “É daqui que realizamos o sonho de 100 famílias, é daqui que transformamos a vida das pessoas que trabalham com a gente, mas também do consumidor, que recebe um produto que tem o poder de transformar a vida das pessoas”, finaliza a permissionária.

Histórico

A Ceasa foi fundada em 1973 com o objetivo de racionalizar e otimizar os processos de comercialização e abastecimento de produtos alimentícios, disponibilizando infraestrutura, gerenciamento, apoio logístico e serviços complementares, além de priorizar a regularidade da oferta, o fluxo de informações no segmento da produção e o fortalecimento do livre comércio. Atualmente, além da Ceasa, a SDE é a responsável pela gestão de mais quatro equipamentos de comercialização no varejo, conhecidos como mercados varejistas ou ceasinhas, nos bairros do Ogunjá, Rio Vermelho, Paripe e Sete Portas.

Funcionamento

Às segundas, quartas e sextas-feiras, os portões abrem às 3h para permissionários e funcionários e às 4h para clientes. Às terças, quintas e sábados, a abertura dos portões é às 5h para todos. De segunda a sexta, encerra às 17h e aos sábados, às 13h.