No último domingo (6), por volta das 8h59 da manhã, o pedreiro, Nailson Santos da Silva, de 30 anos, morador do bairro Feira Vll, em Feira de Santana, denunciou ter sido abordado dentro de sua casa por policiais militares. No momento, os agentes agiram na frente de seus dois filhos e de sua esposa que filmou a ação. Devido a repercussão, a família teve que se mudar do imóvel por medo de retaliação.
Entenda o caso
De acordo com Nailson, os agentes foram ao imóvel com a justificativa de que ele teria corrido da guarnição, mas o pedreiro fala que não viu a viatura e entrou em casa a procura do celular de seu ajudante, que no momento sofreu a abordagem policial na porta de sua casa (Veja aqui).
Após questionar aos policias sobre a abordagem, inclusive pela presença dos agentes dentro da sua casa, houve discussão e Nailson teve sua camisa rasgada na tentativa de ser retirado de dentro do imóvel. No momento, seus filhos e esposa estavam assustados e tentando explicar o mal entendido.
“Quando eu sai falei com eles que eu estudava para Polícia Militar também e que a Constituição diz que a minha casa é asilo inviolável e ai eles falaram eu estava conversando merda. Eles se quer respeitaram meus filhos, minha família”, desabafou.
Depois da repercussão do caso, o pedreiro teme por represálias e teve que se mudar do imóvel. Ele contou que está sofrendo com problemas para dormir por conta das ameaças que sofreu durante a abordagem truculenta.
“Eu estou com muito medo, tanto que estou tomando remédio porque estou com medo de acontecer alguma coisa, além de já ter abandonado a casa e estou procurando outro lugar para morar, pois ali eu não me sinto mais seguro”, disse.
Após o pedreiro denunciar o caso na delegacia e na Corregedoria da Polícia Militar, o Comandante da Região Leste (CPR-L), Coronel PM Lopes, recebeu Nailson na unidade na tarde de quinta-feira (10) com o objetivo de reestabelecer a confiança e proporcionar o devido acolhimento. O Comando se colocou a disposição da família, inclusive com a possibilidade de auxilio com a assistência social e psicológica aos envolvidos.
“Somos uma força a serviço do cidadão e sempre estaremos prontos a batalhar para construir uma sociedade cada dia mais igualitária e justa”, disse o Coronel PM Lopes.
Sobre os policiais envolvidos no fato, a assessoria do comando disse que o procedimento legal e justo será adotado, observando o que é previsto em Lei, e que os PMs envolvidos na ocorrência estarão respondendo a expediente administrativo até o final das apurações disciplinares.
“Queremos que prevaleça uma PM acolhedora, querida e amada pelas pessoas. A PM é formada por pessoas que cuidam de pessoas, e nenhuma nota dissonante será admitida”, afirma o comandante do CPR-L.
A sociedade agora espera que esse caso sirva de exemplo para repensarmos como acontecem as abordagens policiais, principalmente para pessoas negras e que Nailson e sua família possam seguir com suas vidas em paz e com o respeito que todo cidadão merece.
Com informações do Site Página de Notícias e do Comando de Policiamento Regional Leste (CPR-L).