O corpo da cantora gospel Sara Mariano foi velado nesta segunda-feira (30), no cemitério da Quinta dos Lázaros, no bairro Baixa de Quintas, em Salvador. A mulher de 35 anos foi encontrada morta, com o corpo carbonizado, na sexta-feira (27), três dias após o desaparecimento.
Familiares e amigos de Sara lotaram o cemitério nesta segunda-feira. Durante o enterro, eles ecoaram gritos por justiça.
Sara desapareceu na terça-feira (24), após sair de casa, no bairro de Valéria, para uma reunião de mulheres. O marido dela, Ederlan Santos Mariano, é o principal suspeito de cometer o crime e foi preso na madrugada de sábado (28), após confessar o crime.
Ele foi preso temporariamente, porque um dos delegados que investiga o caso apontou que houve clara intenção do investigado “em destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos, bem como impedir a aplicação da lei pena”.
Foi o suspeito quem relatou o desaparecimento da cantora nas redes sociais e pediu para que os seguidores dessem informações sobre ela.
Apesar de não dar detalhes para não atrapalhar as investigações, o delegado Marcos Tebaldi, coordenador do Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), disse que apura se outras pessoas também participaram do crime.
A polícia ainda não sabe de que forma Sara Mariano foi assassinada, porque o corpo dela foi encontrado parcialmente carbonizado. Somente laudos do Departamento de Polícia Técnica (DPT) vão apontar se e como ela foi assassinada antes de ter o corpo carbonizado, ou se foi queimada viva.
Relacionamento abusivo
Familiares de Sara afirmam que ela vivia um relacionamento abusivo com o marido, Ederlan Santos Mariano. O advogado Marcus Rodrigues, que representa a família da cantora, contou que Sara sofria violências físicas e verbais.
“Era um relacionamento tóxico, em que ele agredia ela, não somente verbalmente, como fisicamente também. Ele bebia muito, chegava em casa agredindo, forçava a Sara a ter relações sexuais, e isso acabou nesse fato criminoso”, disse o advogado.
Ainda de acordo com o advogado, Sara pensava em se separar do marido, mas três medos a impediam: medo de se afastar do lar, de ser julgada pela religião e de ser morta. A sogra de Sara Mariano a aconselhou a não se separar, por medo do filho matá-la.
“Em conversa com a própria mãe do acusado, ela disse que estava pensando em separar, porque não via mais outra alternativa. A mãe [de Ederlan] falou: ‘não separe, que se você separar ele vai te matar'”.
Além dos relatos dos familiares de Sara, um áudio gravado pela vítima tem informações sobre o comportamento de Ederlan. No áudio, a cantora dá a entender que o marido é uma pessoa nervosa, de temperamento instável e que queria comprar uma arma.
Fonte: G1 Bahia