Uma jovem de 25 anos, identificada como Lúcia Gabriela Rodrigues Bandeira, conhecida como ‘Dama do Crime’, foi um dos alvos de uma operação deflagrada pela Polícia Civil no Tocantins, na terça-feira (4). Ela é suspeita de integrar um grupo que movimentou mais de R$ 20 milhões em dois anos e de intermediar o contato entre traficantes locais e líderes do PCC em São Paulo.
A Dama do Crime já havia sido presa com mais de R$ 300 mil em drogas em julho de 2024, mas conseguiu um habeas corpus para responder em liberdade alegando ser a única responsável por cuidar do filho de quatro anos. Ela acabou sendo presa novamente em dezembro, e teve uma nova ordem de prisão preventiva cumprida nesta terça.
De acordo com as investigações, ela estava no topo da herarquia do PCC no Tocantins. O grupo é suspeito de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e de usar armas trazidas da Turquia para cometer assassinatos em Palmas. Os armamentos, inclusive, teriam sido encaminhados para outros estados pela facção para alimentar a guerra com rivais.
A quadrilha tinha uma estrutura de trabalho hierarquizada, com divisões funcionais semelhantes a uma empresa, com setores de direção gerencial, transporte, financeiro e de vendas.
Através da quebra de sigilo dos celulares dos investigados, a polícia encontrou trocas de mensagens de Lúcia em diversos grupos, entre eles o ‘Lojistas Tocantins’, onde ela cobrava relatórios diários das vendas das lojas espalhadas pelo estado e marcava auditorias entre os participantes.
Ainda segundo a polícia, os ‘lojistas’ eram responsáveis pela distribuição e comercialização das drogas no varejo, além de desempenharem funções essenciais, como a prestação de contas e o repasse dos valores arrecadados aos líderes do PCC. No próprio grupo, Lúcia também dava ordens para organizar ataques e matar membros de uma facção rival.
Durante o cumprimento da operação Asfixia, que ocorreu de forma simultânea em Palmas, Araguaína, Paraíso e Porto Nacional e nas cidades de Praia Grande (SP) e Barueri (SP), 15 pessoas foram presas. Foram apreendidos aparelhos celulares, máquinas de cartões, cartões bancários, cadernos com anotações do tráfico, e mais de R$ 16 mil em dinheiro. A ação também tem 20 ordens de bloqueio de contas bancárias.
Fonte: Bnews