Cinco pessoas foram surpreendidas na Barra do Ceará, por um homem descamisado que usava boné branco e calção azul, na madrugada de sexta-feira (02). O homem saiu de um carro, armado, e efetuou diversos disparos contra o grupo, que estava reunido.
Foram baleados, Markes Esley Feitosa Rodrigues, 25, Carlos Denílson Ferreira, 47, Luiz Sérgio Damasceno Sá, 68, Eliomar Martins de Souza, 31, e Lucivando Mesquita da Silva, 38, foram socorridos por moradores da região e levados, em sua maioria, para o Instituto Dr. José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza. Alguns ainda estão internados, e em estado grave.
Após o assassinato das irmãs Maria Beatriz Santos de Souza, 20, e Francisca Bianca dos Santos Souza, 15, a tentativa de chacina foi registrada horas após. Elas, que eram influenciadoras digitais com forte presença no Kwai e na divulgação de plataformas de jogos de azar, como o Tigrinho, foram mortas a tiros por integrantes da facção Comando Vermelho (CV).
De acordo com o inquérito que trata do processo, os investigadores chegaram a dois nomes que seriam responsáveis pela tentativa de chacina na Barra: Antônio Victor de Araújo Ferreira, 18, o “Moskou”, e Igor Rodrigues da Cruz, 28, conhecido como “Lec-Lec”. Os dois eram, respectivamente, namorados de Bianca e Maria Beatriz.
Segundo o portal Diário do Nordeste, “Moskou”, que também se intitula influenciador digital e tem mais de dois milhões de seguidores no Kwai e 458 mil no Instagram, é declaradamente membro da organização criminosa Guardiões do Estado (GDE), rival do CV. Em um dos vídeos publicados em suas redes sociais, ele afirma: “Agora vai ser o crime, é 745 GDE até o fim, pode me decretar”.
De acordo com a polícia, teria sido “fácil” para a GDE acatar a ordem de “Moskou” para revidar o ataque à namorada e à cunhada, especialmente por ele fazer “publicidade gratuita” do crime nas redes sociais, devido à sua influência na facção.
Ele chegou a fazer uma série de publicações na internet garantindo que as mortes seriam vingadas: “Isso foi covardia demais. Mexeram com as pessoas erradas. Isso não vai ficar assim, pode ter certeza”, ameaçou ele no Instagram.
Já Igor, por sua vez, teria sido um dos executores da ordem de “Moskou”.
Informações até o momento dão conta de que “Moskou” era o alvo inicial do ataque do CV. No entanto, como não o encontraram, os criminosos rivais atraíram Bianca e Maria Beatriz para o local do crime e assassinaram as irmãs no lugar do faccionado.
“Moskou”, por sua vez, escolheu atacar um grupo de moradores de uma área comandada pela facção carioca, em uma espécie de vingança somada a uma disputa territorial.
O inquérito, demonstra que “Moskou” estava na mira do CV após testemunhar, em dezembro do ano passado, no procedimento que tratava da tentativa de homicídio de Antônio Carlos Martins Lisboa, falecido em abril deste ano. O irmão da vítima depôs que a motivação do homicídio foi uma disputa territorial entre facções rivais, uma vez que Carlos morava em uma área onde predominava a GDE e passou a residir na área de atuação do CV.
Neste cenário, “Moskou” e Igor foram capturados em flagrante pela tentativa de chacina e por integrar organização criminosa. Suas prisões foram convertidas para preventivas neste sábado (03), após audiência de custódia.
Após ter sido baleado, Igor continua internado sob escolta policial no IJF, e assumiu que esteve no local do crime com outros indivíduos a mando de “Moskou”, mas que teria ficado dentro do carro. Já o amigo, considerado mandante, ainda antes de ser preso, foi às redes sociais negar qualquer envolvimento com o crime.
Ainda não há prisões diretamente relacionadas à morte das irmãs Maria Beatriz e Bianca.
Fonte: Bnews