Apenas quatro dias após ser considerado culpado pelo estupro de uma mulher em estado de embriaguez dentro de um carro numa área de mata, Edilson Florêncio da Conceição, 48 anos, ex-motorista de aplicativo e lutador de MMA, foi libertado nesta segunda-feira (10), segundo o Uol.
“Edilson Moicano”, como é conhecido, foi preso em flagrante em janeiro, mas agora terá a chance de recorrer da pena de oito anos de prisão por estupro de pessoa vulnerável e dois meses por resistir à prisão – tudo em liberdade, conforme decisão da juíza Adriana Aguiar Magalhães, da 5ª Vara Criminal de Fortaleza (CE).
“Concedo ao réu o direito de recorrer em liberdade, em razão de sua primariedade e bons antecedentes”, disse a juíza em decisão. Ela é a mesma magistrada que o condenou no dia 5 de junho.
A decisão provocou indignação na vítima, a empresária Renata Coan Cudh, que decidiu expor o caso depois de meses de silêncio. Em vídeo divulgado nas redes sociais, ela expressou sua revolta com a Justiça cearense, que mesmo reconhecendo a culpa do acusado, permitiu que ele aguardasse o julgamento em liberdade por ser réu primário e ter bons antecedentes. “Mesmo com laudo pericial, testemunhas e a confissão do réu, a juíza decidiu soltá-lo”, desabafou Renata, visivelmente abalada.
O crime ocorreu em janeiro, quando policiais militares encontraram o carro de Edilson parado em um local afastado. Ao se aproximarem, depararam-se com Renata chorando, gritando e tentando se defender do agressor. O homem ainda tentou escapar, mas foi capturado e preso em flagrante. A sentença que o condenou em 5 de junho reconheceu a gravidade do ato, mas entendeu que ele poderia aguardar o recurso em liberdade.
Após o relato de Renata, a repercussão nas redes sociais foi imediata. Várias mulheres manifestaram solidariedade à vítima e iniciaram um movimento para exigir a prisão imediata de Edilson. Entre elas está a vice-governadora e secretária da Proteção Social do Ceará, Jade Romero (MDB), que utilizou seu perfil para cobrar um posicionamento rigoroso da Justiça e ressaltar a importância de proteger as vítimas.
O Ministério Público do Ceará (MP-CE) informou que vai solicitar a prisão preventiva do condenado. Enquanto isso, o caso continua gerando revolta e indignação no estado, levantando questionamentos sobre a eficácia das decisões judiciais em casos de violência sexual contra mulheres.
Fonte: Bnews
