Os advogados Leonardo Guimarães Salles, Leandro Guimarães Salles e Henrique Vieira Pereira anunciaram nesta segunda-feira (18) a renúncia à defesa de Renê da Silva Nogueira Junior, acusado de matar o gari Laudemir Fernandes em Belo Horizonte. A decisão foi formalizada em documento enviado à Justiça poucos dias após a confirmação de que a arma do crime era registrada em nome da esposa do empresário, a delegada da Polícia Civil de Minas Gerais, Ana Paula Balbino Nogueira.
Renê Junior foi preso em flagrante no dia 11 de agosto, horas depois do crime no bairro Vista Alegre. De acordo com o boletim de ocorrência, ele se irritou com a presença de um caminhão de coleta que atrapalhava a passagem de seu veículo, ameaçou a motorista e, em seguida, disparou contra Laudemir, que trabalhava no momento da agressão.
Arma em nome da delegada
A perícia confirmou que o revólver utilizado pertencia à delegada, levantando questionamentos sobre sua responsabilidade administrativa. Apesar disso, investigadores afirmam que não há indícios de envolvimento direto da policial. O empresário não tinha porte de arma nem registro em seu nome. Em nota, o advogado Leonardo Salles disse que a decisão de deixar o caso foi motivada por “foro íntimo” e comunicada diretamente ao cliente antes da formalização.
Os advogados oficializaram a renúncia junto ao 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte e informaram que Renê Junior já foi notificado para constituir um novo representante legal. O afastamento ocorreu em meio à repercussão do caso, que ganhou grande atenção pública pela brutalidade do crime e pelo vínculo da arma à delegada.
Histórico criminal e acusações
Na audiência de custódia, o juiz destacou que Renê Junior já responde por violência doméstica contra a ex-esposa, apontando “uma personalidade violenta”. A defesa nega as acusações e alega que ele faz uso de medicamentos controlados. A polícia o indiciou por homicídio duplamente qualificado, porte ilegal de arma e ameaça, crimes que podem somar até 30 anos de prisão.
Os investigadores afirmam que existem provas “contundentes e irrefutáveis” da autoria. Laudemir Fernandes, conhecido como Lau, tinha 42 anos, trabalhava como gari há sete anos e era lembrado pela família e amigos como um homem trabalhador, simples e querido pela comunidade.
Fonte: 1News