A médica Juliana Brasil Santos compareceu nesta sexta-feira (28), à sede do 24º Distrito Integrado de Polícia, em Manaus, para prestar depoimento no inquérito que investiga a morte de Benício Xavier de Freitas — de apenas 6 anos — após atendimento no Hospital Santa Júlia. O caso gerou comoção na cidade e reacendeu o debate sobre segurança na administração de medicamentos em hospitais privados.
Benício havia sido levado ao hospital no dia 23 de novembro com sintomas de tosse seca e suspeita de laringite. Segundo os pais, a criança foi atendida por Juliana, que prescreveu tratamento com lavagem nasal, soro, xarope e três doses intravenosas de adrenalina (3 ml a cada 30 minutos). O receituário aponta dose total de 9 ml. Após a primeira aplicação, o menino passou mal, com quadro de saturação instável, foi encaminhado para UTI, sofreu múltiplas paradas cardíacas e faleceu na madrugada do domingo seguinte.
O hospital confirma que tanto a médica quanto uma técnica de enfermagem foram afastadas das funções enquanto duram as investigações internas. A Comissão de Óbito e Segurança do Paciente da instituição fechou sua apuração preliminar nesta quarta-feira, encaminhando todas as informações obtidas à polícia e à família da vítima.
Para o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CREMAM), há indícios de irregularidade também na especialidade: Juliana está registrada como médica clínica geral e não possui habilitação oficial em pediatria — o que contraria diretrizes de atendimento infantil, segundo entidades médicas.
O depoimento no 24º DIP representa mais uma etapa da investigação pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), que apura se houve erro médico e negligência durante o atendimento. As autoridades afirmam que todos os envolvidos serão ouvidos e que perícias técnicas serão fundamentais para elucidar o que de fato provocou a morte de Benício.
As informações são do AM POST





