BRASIL

Rodovias federais amanhecem sem bloqueios apesar de convocação para greve de caminhoneiros

As rodovias federais de todo o país amanheceram sem registros de bloqueios, interdições, manifestações ou qualquer tipo de aglomeração até as 9h30 desta quinta-feira (4/12), segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A data marca a convocação de uma greve nacional de caminhoneiros, anunciada por representantes da categoria nas últimas semanas.

Embora organizadores afirmem esperar grande adesão, com maior concentração de atos na região Sudeste, especialmente em São Paulo, ainda não há confirmação sobre a dimensão real da mobilização. Divergências entre entidades do setor colocam em dúvida o alcance da paralisação.

Há sete anos, uma greve da categoria provocou desabastecimento em postos de combustíveis em diversas regiões do país. Em Brasília, o litro da gasolina chegou a ser vendido por R$ 9,99 durante a crise.

Reivindicações apresentadas ao governo

Um dos representantes do movimento, Francisco Burgardt, do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Ourinhos (Sindicam-SP), afirmou que o ato seguirá todas as determinações legais. Na última segunda-feira (1º/12), um ofício foi enviado ao Palácio do Planalto informando oficialmente o governo federal sobre a paralisação.

Entre as reivindicações apresentadas estão:

  • estabilidade contratual para caminhoneiros;
  • garantia do cumprimento das leis que regulamentam a atividade;
  • reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas;
  • aposentadoria especial com 25 anos de trabalho comprovado por recolhimento ou documento fiscal.

A convocação tem sido impulsionada principalmente pelas redes sociais e conta com o apoio de figuras políticas, como o desembargador aposentado Sebastião Coelho.

Setor dividido sobre adesão

A mobilização enfrenta resistência de parte da categoria. A Cooperativa dos Caminhoneiros Autônomos do Porto de Santos (CCAPS) informou que não participará do movimento, alegando ausência de assembleia ou consulta formal entre representantes para decidir sobre a paralisação.

Em sentido oposto, a Associação Catarinense dos Transportadores Rodoviários de Cargas (ACTRC) e outras entidades declararam apoio ao ato. O sindicato nacional dos caminhoneiros afirmou que apoiará qualquer decisão adotada pela categoria.

Com o impasse, a expectativa inicial é de que a adesão seja reduzida, apesar do engajamento de alguns setores.

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