O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) completou neste domingo (7/12) duas semanas detido na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde cumpre pena de 27 anos e 3 meses por liderar a tentativa de golpe de Estado. O período foi marcado por manifestações esvaziadas e conflitos internos na família Bolsonaro.
Mobilizações reduzidas
No domingo (30/11), um ato pró-anistia reuniu apenas um pequeno grupo de apoiadores em frente ao Museu Nacional da República, na capital federal. O evento, que pedia a liberdade do ex-presidente e de outros condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), contou com a presença de apenas uma autoridade política: o deputado Marcos Pollon (PL-MS).
Durante a semana, a movimentação em frente à sede da Polícia Federal também foi limitada. O maior número de pessoas foi registrado na segunda-feira (1/12), quando três apoiadores realizaram um protesto pedindo anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O ato gerou buzinaços de simpatizantes e críticas da oposição, mas não teve forte adesão.
Conflitos na família Bolsonaro
Enquanto as manifestações diminuíram, um atrito interno ganhou destaque. Michelle Bolsonaro foi alvo de críticas dos enteados após censurar a aproximação do diretório do PL do Ceará com Ciro Gomes (PSDB) durante um evento partidário em Fortaleza, no domingo (30/11).
O senador Flávio Bolsonaro, em declaração à coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, classificou o posicionamento da ex-primeira-dama como “autoritário e constrangedor”, afirmando ainda que ela teria “atropelado o próprio presidente Bolsonaro”, que havia autorizado as articulações conduzidas pelo deputado André Fernandes (PL-CE).
Michelle se pronunciou posteriormente por meio das redes sociais, reiterando que não apoiaria Ciro Gomes devido às críticas que o político cearense fez a Bolsonaro no passado, incluindo o uso do termo “genocida”.
Na terça-feira (2/12), Flávio visitou o pai na PF e afirmou ter conversado sobre o episódio, acrescentando que houve pedidos de desculpas pelo desentendimento público. Depois, participou de uma reunião emergencial com Michelle, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). Ao fim do encontro, o partido decidiu encerrar a aliança com Ciro Gomes no Ceará.
Visita de Michelle
Michelle Bolsonaro visitou o marido na quinta-feira (4/12), acompanhada da filha caçula, Laura, de 15 anos. A ex-primeira-dama não falou com a imprensa na chegada ou na saída da Superintendência da PF.
Os primeiros 15 dias de prisão do ex-presidente foram marcados por baixa mobilização de apoiadores e por disputas dentro da própria família, que se tornaram o centro das atenções no período.





