A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) publicou, na sexta-feira (12), uma mensagem confusa de apoio ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) após o governo dos Estados Unidos anunciar a retirada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e de sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, da lista de sancionados pela Lei Global Magnitsky.
O comentário, feito na publicação do enteado no Instagram, acabou ganhando repercussão por conter a expressão “forca, Eduardo”, sem o uso da cedilha.
A manifestação ocorreu depois de Eduardo divulgar uma nota de repúdio à decisão do governo estadunidense. No texto, o parlamentar afirmou esperar que a decisão do presidente Donald Trump seja “bem-sucedida em defender os interesses estratégicos dos americanos” e disse que continuará atuando para “encontrar um caminho que permita a libertação do nosso país”.
A publicação reforçou o discurso do deputado de que a revogação das sanções não encerra o debate político que ele tenta sustentar no exterior.
A mensagem de Michelle, no entanto, desviou o foco do conteúdo político e passou a ser explorada por adversários. O deputado federal André Janones (Avante-MG) ironizou o comentário da ex-primeira-dama e interpretou literalmente a palavra “forca”.
Em tom de deboche, o parlamentar escreveu: “Forca não uai! Tudo bem que o cara é uma bosta, mas pena de morte já é demais”. A resposta viralizou e ampliou a repercussão nas redes sociais.
A retirada de Alexandre de Moraes da lista do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos encerra um período de quase cinco meses de sanções impostas com base na Lei Global Magnitsky.
Durante esse tempo, o ministro esteve sujeito a restrições que incluíam bloqueio de bens em território estadunidense, impedimentos para transações em dólar e limitações a vínculos comerciais com instituições sediadas no país. A revogação também beneficiou Viviane Barci de Moraes e o Lex Instituto de Estudos Jurídicos Ltda., entidade ligada à família.
As sanções haviam sido decretadas em julho por decisão direta do presidente Donald Trump. Na ocasião, o governo dos Estados Unidos alegou que Moraes teria cometido violações de direitos humanos no exercício de suas funções como relator do processo da trama golpista que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão.
A medida foi celebrada por setores do bolsonarismo e criticada por integrantes do Judiciário e do governo brasileiro, que viram na iniciativa uma interferência externa em assuntos internos.





