Apoiadores e políticos aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protagonizaram, nos últimos meses, campanhas e críticas públicas contra marcas, aplicativos e conteúdos infantis que passaram a repercutir nas redes sociais. Entre os alvos estão a marca de sandálias Havaianas, o aplicativo de idiomas Duolingo e o desenho animado Galinha Pintadinha.
O episódio mais recente envolve a Havaianas, após o jornalista Thiago Asmar, conhecido como “Pilhado”, criticar nas redes sociais uma campanha publicitária estrelada pela atriz Fernanda Torres. Na peça, a artista afirma que não quer que os brasileiros comecem o ano de 2026 “com o pé direito”. A fala foi interpretada por parte da militância bolsonarista como uma referência indireta ao conservadorismo.
Após a repercussão, parlamentares aliados ao ex-presidente passaram a defender um boicote à marca. A Alpargatas, empresa responsável pela Havaianas, chegou a registrar uma queda aproximada de R$ 200 milhões em valor de mercado na Bolsa de Valores em meio à polêmica.
Antes disso, outros conteúdos já haviam sido alvo de críticas semelhantes. Em outubro, a deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) utilizou as redes sociais para atacar o desenho animado Galinha Pintadinha. Em vídeo publicado no Instagram, a parlamentar afirmou que o conteúdo promoveria “transição de gênero”, “crítica ao capitalismo” e “exaltação da União Soviética”. Segundo a deputada, o desenho teria o objetivo de influenciar ideologicamente crianças.
Em outra publicação, Júlia Zanatta compartilhou uma imagem satírica da personagem, rebatizada por ela de “Galinha Armadinha”, na qual a galinha aparece segurando um fuzil. Após as declarações, o PSOL divulgou publicações em tom de deboche, incluindo uma imagem da Galinha Pintadinha com a bandeira do partido e a frase “Grave! Fomos Descobertos”.
Em dezembro, o aplicativo de idiomas Duolingo também entrou no centro de críticas. A deputada federal Carol de Toni (PL-SC) publicou um vídeo acusando a plataforma de expor crianças a conteúdos relacionados à “pauta LGBT”, identidade de gênero e relacionamentos afetivos adultos. Segundo a parlamentar, os temas estariam sendo apresentados de forma precoce e sem a participação das famílias.
Na publicação, Carol de Toni citou exemplos de exercícios do aplicativo, como frases de tradução que mencionam relacionamentos homoafetivos, para justificar as críticas.
As manifestações contra marcas, aplicativos e conteúdos infantis passaram a circular amplamente nas redes sociais, gerando debates e respostas públicas das empresas e de partidos políticos citados.
Com informações do Bnews





