Acompanhando Jair Bolsonaro (PL) na internação no Hospital DF Star para realização de cirurgia de hérnia inguinal, Michelle Bolsonaro (PL) falou em “traições de pessoas muito próximas” em sua mensagem de Natal, divulgada em seu perfil e no do PL Mulher nas redes sociais na noite desta quarta-feira (24).
Falando sobre o ano eleitoral de 2026, após ser Bolsonaro indicar o filho, Flávio Bolsonaro (PL), para ser o candidato anti Lula, Michelle, que também se colocava como postulante a disputar o pleito, falou sobre as “traições”.
“O ano que em breve se iniciará é muito importante para o nosso país e principalmente para o futuro das nossas famílias. Não se deixem abater pelas maldades, perseverem apesar das traições, ainda que venham das pessoas mais próximas”, afirmou.
Pronunciamento de Michelle Bolsonaro para o Natal: “Viver o Natal é entender que a vida é feita de recomeços. Que cada novo dia seja um convite para renascer, renovar os sonhos, fortalecer a esperança e espalhar alegria no coração.” pic.twitter.com/texD8oIpMv
— Pri (@Pri_usabr1) December 24, 2025
A ex-primeira-dama foi a única autorizada por Alexandre de Moraes a acompanhar a internação e a cirurgia de Bolsonaro. Flávio e o irmão, Carlos Bolsonaro, foram barrados. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) ainda proibiu a entrada com aparelhos celulares no quarto em que Bolsonaro deve permanecer.
Michelle, no entanto, disparou mensagens pelos stories do Instagram na manhã desta quinta-feira (25), quando Bolsonaro foi levado para o centro cirúrgico.
Por volta das 8h30, a ex-primeira-dama publicou um versículo bíblico sobre o Natal. Em seguida, começou a dar notícias sobre a preparação de Bolsonaro para a cirurgia.
“As informações sobre término do procedimento e sobre o seu estado de saúde serão compartilhadas exclusivamente pelos canais de comunicação da família, do hospital e do PL nacional”, informou na mesma publicação.

Por volta das 9h30, Michelle voltou à rede para informar que “o meu amor acabou de ir para o centro cirúrgico”.

Flávio divulga carta
Buscando transformar a internação em ato político no dia de Natal, Bolsonaro divulgou horas antes de entrar no centro cirúrgico uma carta em que formaliza a indicação de Flávio como pré-candidato à Presidência da República em 2026.
No texto, Bolsonaro afirma que a decisão foi tomada em nome da “continuidade” e faz referência direta à situação jurídica que enfrenta. Atualmente, o ex-presidente cumpre pena de prisão por tentativa de golpe de Estado, após condenação no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Diante desse cenário de injustiça, e com o compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada, tomo a decisão de indicar o Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência da República em 2026”, escreveu o ex-presidente.
A carta foi lida por Flávio Bolsonaro na entrada do hospital DF Star, onde Jair Bolsonaro está internado para uma cirurgia de correção de hérnia inguinal bilateral. Segundo o senador, a divulgação do documento tem como objetivo encerrar especulações sobre a sucessão presidencial dentro do campo bolsonarista.
Recebi com muita emoção a carta do meu pai, que carrega fé, confiança e responsabilidade. O desafio é grande, mas com sua bênção e a proteção de Deus, seguiremos no caminho certo pelo Brasil. pic.twitter.com/ovxk1TSMOw
— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) December 25, 2025
A pré-candidatura de Flávio havia sido anunciada anteriormente pelo próprio senador, no início de dezembro, e confirmada pelo PL. A movimentação, no entanto, gerou resistências no entorno de Bolsonaro, incluindo divergências familiares e alertas de advogados sobre possíveis riscos políticos e jurídicos.
Nas semanas anteriores, Flávio buscava uma declaração direta do pai para consolidar seu nome. Uma entrevista que Bolsonaro concederia ao portal Metrópoles, prevista para última terça-feira (23), acabou cancelada após ponderações de aliados próximos e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Aliados de Flávio avaliam que a carta cumpre o papel de fixar publicamente a posição de Jair Bolsonaro e desestimular articulações alternativas dentro da direita. Setores do centrão, empresários e parte do mercado financeiro ainda defendem o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado por esses grupos eleitoralmente mais viável.





