A morte de Tainara Souza Santos, de 31 anos, atropelada e arrastada por cerca de um quilômetro na zona norte de São Paulo, deve resultar no aumento da pena à qual o motorista acusado pode ser condenado. O caso ocorreu em 29 de novembro, e a vítima morreu na noite desta quarta-feira (24), após 25 dias internada.
Douglas Alves da Silva, apontado pela Polícia Civil como o condutor do veículo, respondia até então por tentativa de feminicídio. Com a confirmação do óbito, ele deve passar a responder pelo crime consumado. Cabe ao Ministério Público aditar a denúncia, incluindo o atestado de óbito no processo e solicitando a mudança da tipificação penal.
Tainara teve as duas pernas amputadas em decorrência do atropelamento e passou por cinco cirurgias para reconstrução das lesões. Devido à gravidade do quadro, permaneceu intubada desde o dia do crime até a morte.
Antes do falecimento da vítima, a pena máxima prevista em caso de condenação era de cerca de 26 anos e oito meses, considerando a redução prevista pelo Código Penal para crimes não consumados. Com a morte, a pena pode chegar a até 40 anos de prisão.
Segundo a investigação conduzida pelo delegado Luiz Gonçalves Dias Filho, do 90º Distrito Policial (Parque Novo Mundo), Douglas teria se envolvido em uma discussão com um homem que acompanhava Tainara e, motivado por ciúmes, tentou atropelar ambos. O homem conseguiu escapar, mas sofreu ferimentos ao tentar se proteger. De acordo com testemunhas e com o advogado da família da vítima, Douglas e Tainara teriam tido um breve relacionamento no passado.
Douglas negou à polícia que o atropelamento tenha sido intencional e afirmou não conhecer Tainara nem o homem que a acompanhava. Ele declarou ainda que não percebeu os alertas de outros motoristas de que a vítima estava sendo arrastada pelo veículo e que deixou o local por medo de agressões.
Na denúncia, o promotor Leonardo Sobreira Spina aponta que o motorista utilizou recurso que dificultou a defesa das vítimas, que foram surpreendidas pela agressão, e que agiu por motivo torpe, relacionado a um suposto sentimento de vingança. Esses agravantes podem elevar a pena em cerca de um sexto cada.
O advogado da família de Tainara, Fábio Costa, afirmou que o depoimento da vítima seria fundamental para esclarecer detalhes do caso, especialmente sobre a relação entre ela e o acusado.
As informações do Notícias ao Minuto





