O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques apresentou às autoridades paraguaias uma declaração na qual afirmava possuir câncer na cabeça e alegava não conseguir falar nem ouvir, no momento em que foi detido no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, ao tentar embarcar para El Salvador.
De acordo com o documento entregue por ele, intitulado “Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias”, Silvinei afirmou sofrer de glioblastoma multiforme grau IV, um tipo de câncer cerebral. No texto, ele declarou: “Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave”.
A declaração prossegue informando que, em razão do diagnóstico, ele não poderia se comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. “Tenho diagnóstico de Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada”, afirma o texto apresentado às autoridades paraguaias.
Ainda segundo o documento, Silvinei Vasques alegava que viajava para realizar tratamento médico em El Salvador. “Atualmente, me desloco para realizar tratamento médico de radiocirurgia, o qual é um procedimento moderno e eficaz, que pode contribuir para prolongar o período de vida, conforme indicação médica especializada”, escreveu. Ele informou ainda que o deslocamento ocorreria em voo operado pela companhia Copa Airlines, partindo de Assunção com destino a San Salvador.
A prisão ocorreu após Silvinei romper a tornozeleira eletrônica que utilizava no Brasil, na madrugada do dia de Natal, e deixar o país sem autorização judicial. O rompimento do equipamento acionou alertas às autoridades brasileiras, que comunicaram órgãos de segurança e a adidância policial no Paraguai.
Silvinei Vasques foi condenado a 24 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento realizado em dezembro, relacionado à tentativa de golpe de Estado ocorrida entre o fim de 2022 e o início de 2023. Após a condenação, ele passou a cumprir medidas judiciais, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Após ser detido no aeroporto, Silvinei foi colocado à disposição do Ministério Público do Paraguai e deverá passar por audiência de custódia. Posteriormente, ele deverá ser entregue às autoridades brasileiras para cumprimento das decisões judiciais em vigor.





