A comissão de frente da escola de samba Gaviões da Fiel, este ano encerrou a segunda noite do Carnaval de São Paulo em meio a polêmicas. Reeditando o samba-enredo de 1994, “A Saliva do Santo e o Veneno da Serpente”, trouxe várias representações religiosas para a avenida, embora o objetivo seria contar uma lenda árabe sobre o surgimento do café.
Elogiado pelos comentaristas da TV e nas redes sociais, a performance também gerou muitas críticas. Em especial por conta da representação da ‘batalha do bem contra o mal’ onde Satanás e seus demônios confrontavam Jesus e seus arcanjos.
Diversos evangélicos, incluindo o deputado federal e pastor Marcos Feliciano publicou um vídeo em seu Instagram falando do sobre o que chamam de “blasfêmia” e “intolerância religiosa”.
A cantora Sarah Farias também em seu perfil no Instagram protestou a encenação.
Uma publicação compartilhada por Sarah Farias (@sarahfariasoficial) em
Embora o tema fosse o café, a religiosidade deu o tom. No terceiro carro alegórico havia uma gigante escultura de Oxalá, com pretos velhos e Exus nas laterais e um enorme São Jorge, padroeiro do clube e da escola de samba no topo.
Em outros carros alegóricos, figuras de Satanás, associado à serpente, que teria enganado Santo Antão, conforme o tema proposto para o samba-enredo.
Nas redes sociais o público que protestou a cena, para usuários das redes sociais ficou evidente que a representação era de Jesus. A escola alegue que era de Santo Antão, um monge cristão que viveu no Egito no século III.
Além disso, o momento onde ele cai, com os braços estendidos em forma de cruz e o passista que interpreta o Diabo coloca o tridente sobre o ‘santo’ remete a uma postura vitoriosa do mal, o que incomodou muitos cristãos.