Um estudo do Instituto Butantan concluiu que a vacinação em massa com a CoronaVac é capaz de criar o que os cientistas chamam de imunidade coletiva.

O estudo que transformou Serrana num grande laboratório começou em fevereiro. Durante três meses, pesquisadores aplicaram as duas doses da CoronaVac em mais de 95% da população adulta da cidade, no interior paulista.


O resultado do experimento revelou o impacto da vacinação em massa para controlar a pandemia: as mortes caíram 95%; as hospitalizações, 86%; e a redução dos casos sintomáticos foi de 80%.

Segundo o Butantan, em até três meses, o estudo completo estará pronto para publicação em uma revista científica.

“É o primeiro estudo no mundo que está sendo feito nessa proporção e com esse controle. Não existe outro estudo nesse momento. Durante uma epidemia, esse tipo de estudo é fundamental para o desenho de políticas públicas”, comentou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Os cientistas dizem que os números da pandemia começaram a melhorar depois que 75% da população de Serrana estava vacinada com as duas doses da CoronaVac e acreditam que, ao atingir esse patamar, a cidade pode ter conseguido a chamada imunidade coletiva – quando a doença não desaparece, mas fica sob controle.

“Não pode dar um passaporte verde só porque participou do estudo e as pessoas foram vacinadas. Não, as pessoas lá têm responsabilidade, elas circulam. Então, é preciso tomar os mesmos cuidados”, ressaltou Dimas Covas.

Na semana passada, 15 cidades vizinhas decretaram lockdown para conter o avanço da Covid. A Prefeitura de Serrana criou pontos de vigilância nos principais acessos.

O estudo do Butantan mostrou que até quem não recebeu a CoronaVac se beneficiou dela. Os pesquisadores perceberam que a vacinação em massa criou um cinturão imunológico, que acabou protegendo também crianças e adolescentes.

“Ficou muito claro que a proteção dos adultos gera também uma barreira que diminui a transmissão para as crianças e, com isso, diminui a quantidade de casos entre crianças e adolescentes menores de 18 anos. A gente não se vacina por si mesmo. A gente se vacina também pelos outros e os outros também se vacinam pela gente”, concluiu o coordenador do estudo, Ricardo Palacios.

Num evento, nesta segunda (31), em São Paulo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também falou sobre a importância da vacinação: “hoje nós temos esperança no progresso da ciência que nos trouxe vacinas eficientes, efetivas e capazes de pôr fim à pandemia de Covid-19.”

Fonte: G1

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