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Pastor é acusado de abuso sexual; religioso teria pedido oração dos pais das vítimas

Mulheres que supostamente sofreram abusos sexuais praticados pelo pastor Sérgio Amaral Brito, de 59 anos, que dava atendimento como psicanalista, sexólogo e terapeuta, em um consultório de Piabetá, em Magé, na Baixada Fluminense, disseram em depoimento que o religioso oferecia um abraço terapêutico para esfregar seu corpo nas jovens. Segundo a polícia, Sérgio chegava a pedir que as vítimas afirmassem em sua presença que eram “gostosas”, e que isso ajudaria as pacientes a melhorar a autoestima .

De acordo com reportagem do IG, o processo terapêutico consistia ainda que as mulheres trouxessem fotos de roupas íntimas ou que vissem com uma lingerie para ser vestida e exibida ao terapeuta, no próprio consultório.

Uma das vítimas do religioso em 2003, aos 27 anos, contou ter procurado a polícia depois de saber da existência de outras vítimas. As cinco mulheres abusadas pelo pastor criaram um grupo de WhatsApp com a intenção de incentivar que outras jovens também façam denúncias sobre abusos sexuais.

“Há três semanas uma amiga me contou que a irmã foi abusada por ele (pastor) no consultório. Me toquei que havia acontecido a mesma coisa comigo e resolvi procurar a polícia. Estava com problemas de depressão e procurei um psiquiatra na época. Naquela ocasião, ele me pediu para procurar um psicanalista. Acabei indo no consultório do Sérgio, que ficava no mesmo prédio da clínica que frequentava. Estava muito fragilizada e cheguei lá chorando muito. Ele demonstrou ser muito afetuoso neste primeiro atendimento. Na terceira consulta, disse que me daria um abraço terapêutico e se esfregou na altura dos meus seios. Depois, esfregou o corpo todo. Estranhei muito aquilo”, lembra a mulher.

“Me pediu para que eu levasse para ele fotos minhas de calcinha e soutien. Disse que, se eu preferisse, poderia trazer uma lingerie na próxima consulta e mostrar em meu corpo. Eu respondi que não faria aquilo e ele me chamou de rebelde. Fui embora dali. Depois, procurei outro terapeuta, contei o que havia acontecido, e perguntei se aquilo era normal. Ele disse que nunca havia visto nada igual. Me senti suja e impotente diante de tudo o que aconteceu. Eu e as outras quatro meninas que foram abusadas criamos um grupo nas redes sociais para receber denúncias de outros abusos. É uma forma de ajudarmos outras vítimas a denunciar o problema”, ressalta.

Ainda de acordo com a polícia, as cinco vítimas que apontaram o pastor como autor de abusos sexuais tem um perfil semelhante. Todas são morenas, de cabelos longos e relataram ter sido abusadas quando tinham entre 16 e 27 anos.

Em um dos casos, a vítima disse que foi hipnotizada e abusada pelo pastor. Eles chegaram a se reunir com o religioso que teria justificado o ato como sendo uma nova técnica de tratamento que trouxera do exterior. Na mesma ocasião, Sérgio teria solicitado que os responsáveis da vítima o acompanhassem em uma oração para que ele não voltasse a fazer tal procedimento.

O pastor foi detido pela polícia na última quinta-feira (16). O Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro CRP-RJ) disse que o pastor Sérgio Amaral Brito não possui registro de psicólogo.

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