O motorista de aplicativo Silvio Siqueira da Silva, de 63 anos, agredido na semana passada em São Vicente, no litoral paulista, está se recuperando das lesões em Paranaguá, no litoral do Paraná. Silvio teve o braço quebrado por outro motorista identificado como João Batista Dias, de 52 anos.

Segundo o g1, em entrevista à RPC Curitiba, o idoso disse que a agressão se deu quando ele dirigia para casa, e tudo teria começado quando o trânsito parou e ele buzinou para o carro que estava na frente dele. Ele conseguiu ultrapassar o veículo para o qual buzinou, mas percebeu que estava sendo perseguido.


“Começou a me perseguir, me seguiu, e me perseguiu até onde foi que [sic] o semáforo fechou e ele desceu do carro já enfurecido e já veio e não deu tempo de dialogar, de nada. Não houve nem um diálogo”, relata. Silvio disse que o motorista que o agrediu falava “Você sabe com quem você está falando?”. Testemunhas registraram a ação e compartilharam os vídeos nas redes sociais.

O idoso que teve o braço quebrado afirmou que não houve tempo para qualquer reação. “Não consegui falar nada que ele já veio, me agarrou, pegando no braço, levantou meu braço para o carro e não consegui mais lembrar de nada”, afirma.

Silvio teve o braço forçado contra o capô do veículo, e de acordo com as informações do g1, ele terá que ficar pelo menos dois meses e meio sem poder trabalhar.

Ao g1, João Batista Dias afirma que teria cometido a agressão porque o outro motorista buzinou demais e teria o ameaçado de morte. Ele prestou depoimento à Polícia Civil de São Vicente.

“Ao perceber que ele [Silvio] não ia dar passagem, passei pela direita. Acho que ele ficou um pouco enfurecido. E eu, percebendo, atravessei o sinal de atenção de amarelo para vermelho, e ele passou atrás. Quando parei, ele emparelhou comigo, me ameaçando de morte. Ele falou: ‘Você quer morrer?’. E fez um sinal de arminha para mim. Fui seguindo, porque ele me fechou de novo”, afirmou.

Dias disse ter visto uma pistola no console do carro do outro motorista. Por isso, continuou segurando o braço do homem.

“Se ele tinha feito um sinal de arminha, ele ia pegar uma arma de verdade. E realmente ele pegou. Foi a hora que eu falei: ‘Põe o braço para fora’. E, quanto mais ele não punha, mais eu apertava.”

Na versão da vítima, João Batista aparentava estar completamente “transtornado”.

Ainda de acordo com o idoso, a sensação de impotência o tomou. “Não tive oportunidade sequer de argumentar alguma coisa. Do jeito que ele veio para cima de mim, não tive nem como falar nada”, afirma.

“Me senti humilhado, sim, porque a pessoa não me deu o direito nem de falar, nem de explicar alguma coisa […] Esquecer não vai ser fácil, mas eu tenho que voltar a trabalhar. É o meu oficio, de onde eu tiro o sustento, né?”.

Após sofrer a lesão, ele dirigiu pouco mais de dois quilômetros até em casa. “Ficou muito inchado, com dois caroços grandes e muito dolorido. Uma dor insuportável”, conta.

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