Uma advogada de Goiânia registrou um boletim de ocorrência contra um cliente de Caldas Novas por estupro consumado e ameaça. O caso teria ocorrido na última quarta-feira, 22. No documento, obtido com exclusividade pela reportagem do Jornal Opção, A. K, 35 anos, denuncia que após atender um cliente identificado como Joilso Plaster, no escritório dela, o homem de 75 anos a teria puxado e começado a beijar sua boca à força, além de tocar seus seios. A advogada também conseguiu uma medida protetiva contra o suspeito.
Um dia antes do fato denunciado, no dia 21, durante consulta na imobiliária que pertence ao idoso representada pela advogada, ele teria iniciado uma série de comentários de baixo calão, fato que foi filmado e anexado ao processo. Esse comportamento levou a advogada a evitar o contato com Joilso, deixando os encargos com o sócio do escritório.
Devido à necessidade de entregar procurações para o cliente, A. K. o recebeu no escritório por volta das 9h20 do dia em questão. Após tratar sobre os processos e procedimentos, o homem teria cometido o ato criminoso. A. K., segundo o boletim registrado junto à Polícia Civil, teria empurrado o homem e dito que o denunciaria.
Inconformado, Joilso teria dito iria em casa “pegar o [revólver] .38 e ir atrás” da advogada.
Após as ameaças, A. K. procurou a Delegacia de Defesa e Proteção à Mulher (Deam), onde registrou o boletim de ocorrência. O delegado solicitou uma medida protetiva para A. K., pedido aceito pela Justiça.
“Oportuno ressaltar que as frases utilizadas pelo requerido, bem como o comportamento por ele adotado, evidenciam a necessidade de deferimento do presente requerimento, para o fito de salvaguardar a integridade física/psíquica da vítima. Sendo assim, diante do justo temor de maiores danos, inclusive à sua integridade física da vítima, mister se faz tomada das medidas necessárias”, argumentou o juiz Flávio Pereira dos Santos Silva, ao deferir a medida.
A reportagem tenta contato com o delegado que investiga o caso, Rodrigo Pereira, para obter mais detalhes.
Assédios
Os assédios, relatou a advogada em depoimento, teriam começado ainda em julho deste ano, alguns meses após o início da prestação de consultoria na área cível. Durante acompanhamento com o cliente no Cartório de Caldas Novas, Joilso teria apresentado a advogada como “noiva”, tendo sido confrontado por A. K. que afirmou ser advogada e não noiva.
Outro relato de assédio que consta no documento são as descrições de áudios do cliente afirmando o desejo de beijar a boca da advogada.
Defesa
A defesa do empresário disse, por meio de nota, que “a verdade dos fatos será demonstrada no inquérito policial e que o acusado está à disposição das autoridades competentes para prestar os devidos esclarecimentos”.
Procurada, a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Goiás (OAB-GO), Subseção de Caldas, juntamente com a Comissão de Direitos e Prerrogativas e a Comissão da Mulher Advogada disse que foram informadas sobre o incidente e “prestaram total apoio à advogada”. Além trabalhar junto à autoridade policial, MP e juízo competente pelo cumprimento de medidas protetivas de urgência concedidas. “Lamentável que episódios como este ainda ocorram contra a mulher advogada. Não toleramos jamais qualquer atentado contra a sua dignidade. Continuaremos, inclusive, acompanhando processo criminal a ser instaurado contra o ofensor”, apontou.
Fonte: Jornal Opção