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Polícia Civil de SP melhora índices no combate ao crime, mas continua sendo uma das mais mal pagas do Brasil

São Paulo registrou 2.977 homicídios em 2023 – uma queda de 10% em relação ao ano anterior, com 3.316 casos. Este é mais um índice considerado positivo para o ente da federação com 44,42 milhões de habitantes, frente a outros estados. O Rio de Janeiro, por exemplo, com 3.388 mortes violentas em 2023, teve alta de 7,4% neste tipo de crime, ante os 3.155 casos de 2022 e uma população quase três vezes menor – 16,05 milhões de habitantes. Porém, no Rio de Janeiro, policiais têm justa valorização, com direito a melhores salários, ao contrário dos paulistas, que têm os vencimentos entre os piores do País.

Para o Sindicato dos Delegados do Estado de São Paulo (Sindpesp), que monitora, há anos, a evolução da remuneração da Polícia Civil, trata-se de mais uma comprovação da necessária, e urgente, valorização da instituição bandeirante.

O único reajuste concedido pelo governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), em agosto de 2023, em torno de 18%, não foi suficiente para sequer promover a recomposição das perdas inflacionárias dos últimos anos, alerta a presidente do Sindpesp, delegada Jacqueline Valadares:

“A defasagem na remuneração vem de vários anos e de governos anteriores. A expectativa era a de que, com uma nova gestão aparentemente focada em resolver os problemas da Segurança Pública, as perdas pudessem ser corrigidas e os policiais, que dão a vida, todos os dias, para proteger a população e colocam São Paulo entre os estados com melhores indicadores de Segurança, enfim, fossem valorizados. Infelizmente, contudo, ainda recebemos uma das piores remunerações do Brasil”, lamenta.

Os números que apontam para a redução dos homicídios em São Paulo constam no último levantamento do “Monitor da Violência”, mesmo instrumento que constata alta no número de homicídios em diversos Estados que remuneram seus delegados de Polícia e demais profissionais da Polícia Civil melhor que São Paulo:

“É contraditório e injusto, para dizer o mínimo, que São Paulo, como se sabe, o estado mais rico do Brasil, maior arrecadador de impostos e com números bem melhores em se tratando de redução de crimes, pague salários tão baixos para seus policiais”, reforça a presidente do Sindpesp.

Para Jacqueline, esta realidade faz com que a instituição em São Paulo perca profissionais qualificados para outros Estados, constantemente. O déficit, hoje, na Polícia Civil é de 17.231 servidores:

“Este déficit representa 40% dos quadros da instituição. Faz tempo que passamos do razoável. Estamos, na verdade, entrando em alerta, pois quem está na ativa acaba trabalhando em triplo para dar conta dos postos vagos e, diante da pesada rotina de trabalho, muitos se aposentam ou buscam outros concursos públicos. Cada vez mais, se fazem necessárias medidas de valorização da Polícia Civil por parte do poder público em São Paulo”, enfatiza a delegada.

O estudo

O “Monitor da Violência” é elaborado pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em parceria com o G1. O estudo leva em conta homicídios dolosos e feminicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

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