Em um depoimento frio feito por videoconferência, o ex- PM Ronnie Lessa, que confessou ter feito os disparos que matou a vereadora Marielle Franco, contou como foi contratado e atirou no carro das vítimas. Ele confessou com naturalidade ao ser questionado pela assistente de acusação que focou na cabeça de Marielle. Luyara e Marinete, filha e mãe da parlamentar, que assistiam o depoimento em silêncio, neste momento, caíram no choro. As informações são de O Globo.
Lessa revelou que pensou em matar Marielle quando ela saísse de um evento na Lapa, mas desistiu ao lembrar que tinha um pátio da Polícia Civil próximo. “Já era uma afronta, porque era uma vereadora em exercício. Fazer perto do pátio da Polícia Civil seria uma afronta maior ainda “, afirmou.
Ele então esperou Marielle sair e iniciou a perseguição ao carro onde estavam ela e o motorista Anderson. “O Anderson dirigia muito rápido. O Élcio quase os perdeu. Parecia uma perseguição. Quando eles pararam no sinal vermelho, o Élcio emparelhou o carro, e eu fiz os disparos”, disse.
“Tentei concentrar o máximo no alvo, que era a Marielle. Mas sabia que a arma (uma submetralhadora MP5, de calibre nove milímetros) não era adequada para isso. Se fosse um revólver, só a vereadora teria morrido”, revelou ao usar uma estratégia da defesa, para que o réu se livre de uma das acusações de homicídio.
O ex-PM contou que no fim de 2016 recebeu uma proposta milionária feita por Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé. O primeiro alvo seria o deputado Marcelo Freixo, mas ele considerou “inviável”.
Segundo o réu, umas das exigências dos mandantes é que o crime não acontecesse na Câmara Municipal, o que teria atrasado o crime. De acordo com o ex-PM, Élcio de Queiroz, que dirigiu o carro usado para o crime, ele só soube que Marielle seria o alvo no dia do assassinato. Lessa e Élcio assinaram acordos de delação premiada.
Fonte: Bnews