A relação da gestão do prefeito Dudy com a imprensa local é simplesmente ingênua e admiravelmente amadora. Eles acham que está tudo certo e nos conformes da lei, da legalidade e da ética. Será que passa no teste da transparência?

Nessa relação prefeitura e imprensa local: quanto a prefeitura paga à rádio FM do ex-deputado, para veicular um programa semanal? É preço do mercado ou é o extraordinariamente precinho amigo? Não sei. Tratando-se de dinheiro público, naturalmente, todo cidadão tem o direito de sabê-lo. Por que não?


Por curiosidade e para saber o valor real que a Prefeitura de Ipirá paga à rádio FM do ex-deputado; procurei o CONTRATO na Transparência, como se procura uma agulha no palheiro e não encontrei nada. Ele deve existir ou tem que existir. Uma relação desta envergadura, entre uma prefeitura e uma empresa de grande proeminência do meio de comunicação não pode acontecer de forma camuflada e clandestina. Agora, pagamento na transparência, não tem não, papá!

Na verdade, o bicho pega é para os sites locais, que trabalham para a prefeitura sem nenhum contrato com a instituição. Não tem nem assinatura em papel pardo. Com os sites é de boca, na clandestinidade absoluta; além do mais, vigora a lei da Mordaça, nenhum deles pode colocar um reclame da comunidade contra o poder público; vivemos no melhor e mais perfeito paraíso: Ipirá sem nenhum problema! Sem um único problema de responsabilidade da prefeitura, pelo menos para os sites locais e para os prepostos da prefeitura.

E o que é mais grave: não existe nada na prefeitura que prove e comprove o pagamento (pela prefeitura) deste serviço prestado pela mídia local. Não tem empenho, nem recibo, nem certificado obrigatório de pagamento na transparência. Nada, simplesmente nada. Será que essa turma presta serviço à prefeitura de graça, na base do ‘zero oitocentos’?

Prefeito Dudy, assim não dá! Eu já salvei a sua pele naquele contrato com a ABENG, quando V.Exa., espertamente, abriu os olhos, bateu o carimbo CANCELADO e saltou uma fogueira. Agora, nesse caso dos sites locais, eu não posso fazer nada. Observe bem, prefeito Dudy!

Como é que eu vou dizer que os sites locais não prestam e nunca prestaram serviços à prefeitura? Nem eu querendo para limpar a sua barra; aí eu não posso, prefeito! Onde V. Exa. estava com a cabeça ao deixa acontecer trabalho clandestino na prefeitura em sua gestão? E olhe bem, justamente, com um pessoal que trabalha com a comunicação! Esse pessoal tem muita força, prefeito! Será que V. Exa. acha que tudo pode na sua administração pública?

Prefeito! É mais uma enroscada em que V. Exa. bota o pescoço. As reuniões aconteciam na prefeitura, quem sabe até no seu gabinete. Basta uma foto ou um vídeo para prová-lo. Começava assim: “vocês não vão fazer reportagem, apenas vão publicar o que enviarmos” e arrematavam com classe: “quem não vestir a camisa da prefeitura está fora!” Isso é um verdadeiro teste de fidelidade com o dinheiro público para submeter, amordaçar e sujeitar física e afetivamente a mídia local. Isso está correto, prefeito?

Prefeito! V. Exa. tem noção da carga de humilhação que carrega tais imposições? Não!? É até possível, porque V. Exa. paga uma merreca pelo serviço. Mais ou menos assim: a prefeitura paga em dinheiro a uma empresa amiga, que paga uma merreca à mídia local. Isso fica parecendo que é nadar de braçadas na ilegalidade. É aqui que mora o perigo. Sem recibo e com pagamento avulso, por debaixo do tapete, pode ficar consumado uma grave ilegalidade.

Basta a quebra do sigilo bancário das contas em atividades; basta o levantamento de um simples PIX da empresa para as diversas mídias locais, que não fizeram nenhum trabalho para tal empresa. Sendo averiguado como verdadeiro, o caldo entorna. É assim que a casa cai.

Se essa situação cair nas mãos do Ministério Público local para uma análise e um parecer sobre sua legalidade, naturalmente, o poderoso gestor terá uma grande dor de cabeça, que poderá se transformar numa enxaqueca, pois quem está na cabeça da pule para sentar na sua cadeira é a sua vice-prefeita. Nada melhor do que o fuzuê e o furdunço para esfriar a cabeça do povo.

Escrito por Agildo Barreto

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