Em dezembro de 2012, duas ambulâncias do Samu chegavam ao município de Ipirá na Bacia do Jacuípe. Desde então, nunca saíram pelas ruas. A situação intriga moradores que não têm ideia de quando isso vai ocorrer. Imagens que passaram a circular pelas redes sociais mostraram as duas unidades paradas, em um pátio alugado pela prefeitura.

Recebidas há 11 anos, em uma ação do então governo Dilma Rousseff que beneficiou diversas cidades – como Irará, Amélia Rodrigues e Conceição do Jacuípe, que já colocaram as ambulâncias para funcionar – os dois veículos trazidos para Ipirá seguem guardados, o que aumenta o risco de deterioração.


A inciativa ocorreu no governo Diomário Gomes de Sá. De lá para cá passaram outros sete prefeitos – entre 2012 e 2016, a cidade teve quatro gestores – e a situação segue estacionada. Os veículos cujos custos giravam em mais de R$ 260 mil à época eram uma de suporte básico (USB) e outra de suporte avançado (USA), espécie de UTI móvel.

Em 2014, dois anos depois de chegarem ao município, as duas eram vistas na prefeitura sem nenhuma utilidade. Um ano depois, em 2015, um flagrante mostrou que os veículos estavam “escondidos” em um quintal de uma casa, longe dos olhares da população. A cidade, com 56,8 mil habitantes segundo último Censo do IBGE, é mais populosa da Bacia do Jacuípe, região com 15 municípios e 265,6 mil moradores.

PREFEITURA

Ao Bahia Notícias, o prefeito Edvonilson Santos, o Dudy (PSD), declarou que o município não tem condições de arcar com os custos das duas ambulâncias e já tentou dividir a os gastos com municípios vizinhos, como Baixa Grande, mas não conseguiu apoio.

O gestor disse ainda que encaminhou ofícios ao ex-ministro da Saúde do governo Bolsonaro Marcelo Queiroga, em 2022, e com atual titular da pasta, Nísia Trindade. A intenção é ficar com os veículos, mas com outra finalidade, ou mesmo devolvê-las. Também, segundo ele, não houve resposta.

“Nós não temos condições de arcar com essas despesas. Já procuramos outras prefeituras, mas, infelizmente, não ocorreu apoio. Também estamos aguardando uma resposta do Ministério da Saúde para saber o que vamos fazer com as ambulâncias”, disse o prefeito ao Bahia Notícias.

A alternativa para mudança de finalidade da ambulância faria o veículo servir à emergência do hospital do município. A troca também não vingou. O prefeito disse ainda que os veículos estão em bom estado de conservação e negou que estejam deteriorados.

Atualmente, o município conta apenas com o hospital para atendimento na sede. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA), fechada para reforma há um ano, foi alvo de vandalismo no final de setembro passado.

Fonte: Bahia Notícias

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