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Moraes pedia ajustes em relatórios contra bolsonaristas; veja quem foram alvos do ministro

Conversas entre o gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o órgão de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), à época sob seu comando, indicam que em vários casos os alvos de investigação eram escolhidos pelo ministro ou por seu juiz assessor. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de São Paulo.

Segundo o jornal, as mensagens foram trocadas entre Airton Vieira, juiz instrutor do gabinete de Moraes no STF, Marco Antônio Vargas, juiz auxiliar de Moraes durante sua presidência no TSE, e Eduardo Tagliaferro, então chefe da AEED (Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação), órgão que era subordinado a Moraes na corte eleitoral. A reportagem cita que os alvos eram:

Eduardo Bolsonaro: Deputado federal e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi vinculado ao argentino Fernando Cerimedo, envolvido na disseminação de desinformação sobre a eleição.

Rodrigo Constantino: Jornalista bolsonarista, que foi alvo de relatórios produzidos pelo setor de combate à desinformação do TSE.

Paulo Generoso e Paulo Figueiredo: Influenciadores, incluindo o neto do ditador João Batista Figueiredo, que também foram alvo de relatórios.

Maria do Carmo Cardoso: Juíza do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, conhecida por sua amizade com a família Bolsonaro, que foi investigada por suas postagens nas redes sociais, incluindo críticas às eleições e apoio a manifestações antidemocráticas.

Ainda de acordo com o jornal, que obteve reproduções das conversas, os diálogos mostram que os relatórios eram ajustados quando não ficavam a contento do gabinete do STF. Em alguns momentos, eles eram feitos sob medida para embasar uma ação pré-determinada, como multa ou bloqueio de contas e redes sociais.

Defesa

Em sua defesa, o gabinete de Moraes disse que “todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República”.

Já Tagliaferro afirmou que não se manifestará, mas que “cumpria todas as ordens que me eram dadas e não me recordo de ter cometido qualquer ilegalidade”.

© BNews

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