Marcado por  rusgas com a ala feminina do Big Brother Brasil 20, o último eliminado do programa, Felipe Prior, tem contra si duas acusações de estupro e uma de tentativa. A informação é da revista Marie Clair, que teve acesso ao depoimento de uma das vítimas em uma queixa-crime protocolada no Departamento de Inquéritos do Fórum Central Criminal em 17 de março de 2020.

Foto: TV Globo

Segundo a revista, o primeiro caso aconteceu no dia 9 de agosto de 2014, quando Themis (pseudônimo) pegou uma carona com Prior, após os  jogos universitários das faculdades de arquitetura e urbanismo de São Paulo, chamados de InterFAU. A vítima contou que ao chegar em casa o ex-BBB se lançou sobre ela, beijando e passando a mão por seu corpo. Segundo depoimento, ele a jogou no banco de trás, tirou sua roupa e abriu a própria calça, deixando o genital à mostra. Themis disse ainda que por estar alcoolizada não conseguia oferecer resistência física, mas que pediu muitas vezes para ele parar e deixou claro que não queria manter relações sexuais. 

A vítima disse ainda que Felipe teria reagido de forma agressiva, e aos gritos tentava convencê-la a fazer sexo. “Para de ser fresca, no fundo você quer, não é hora de se fazer de difícil”, insistiu. Mesmo diante das negativas ele a estuprou. Ela contou também que a violência foi tão grande que fez uma laceração no lábio vaginal esquerdo e provocou um sangramento forte. Ao ver a garota machucada, Felipe a deixou no portão de casa e foi embora. 

Segundo a revista, na mesma madrugada a vítima foi ao hospital junto com a mãe e constatou que tinha “um corte de cerca de três dedos de comprimento na região genital, profundo o suficiente para chegar até o músculo”. No local ela foi atendida por três médicas, mas ela preferiu esconder o que tinha acontecido, afirmando que ocorreu após fazer sexo com um namorado. Depois do estupro ela ficou uma semana de cama e teve dificuldade em começar uma terapia para falar sobre o ocorrido. Ela disse ainda que um ano depois do incidente teve crises de pânico que chegaram a atrapalhar seu trabalho.

“Tudo para mim se resume a uma grande agonia no peito”, disse ela à revista. “Simplesmente coloquei a violência que sofri debaixo do tapete por seis anos. Achei que não lidando com ela, sumiria em mim. Atrasei dois anos da minha faculdade por causa do estupro. Tranquei todas as matérias do curso porque vê-lo todos dias era torturante. Ele é um cara impulsivo, agressivo. O que mostrou no BBB não chega perto do que é na vida real. Tenho medo do que pode fazer, mesmo diante de uma acusação formal, com advogada e tudo. Mas não posso mais guardar esse mal para mim”, afirmou.

De acordo com o documento que a publicação teve acesso, o arquiteto Felipe Prior se envolveu em outro caso de violência sexual nos jogos InterFAU de 2016, no município de Biritiba Mirim. Desta vez ele tentou estuprar uma estudante. Ela contou que o ex-BBB a chamou para entrar em sua barraca de camping, tentou penetrá-la no ânus por duas vezes e após a jovem se negar a praticar sexo, ele a conteve com o uso da força. A segunda vítima disse ainda que o estupro só não foi consumado porque conseguiu empurrar Felipe e fugir. Ela explicou ainda que embora tenha entrado na barraca com o intuito de fazer sexo, recusou veementemente continuar a relação ao perceber que não tinham camisinha. 

“Quando começou o BBB, vi um tuíte de uma garota que dizia que o Felipe tinha fama de assediador no Mackenzie. Foi quando entendi que a violência que sofri não era única. Mandei uma mensagem para garota e disse a ela que se aparecessem mais vítimas, me manifestaria. Dessa forma encontrei Themis, que me contou que além do estupro, tinha um boletim médico comprovando a laceração em seu genital”, disse ela. Foi a partir do contato na rede social que as mulheres decidiram reagir. 

No ano de 2018, em outra edição do InterFAU, o ex-BBB teria cometido um terceiro estupro. Como nos casos anteriores, aproveitando a embriaguez da vítima ele a convidou para entrar em sua barraca e cometeu a violência. Em princípio, Ísis (pseudônimo) mantinha relações de maneira consentida, mas, após ele agir de forma agressiva ela pediu que ele parasse, mas ele seguiu. Segundo o documento ao qual a revista teve acesso, Felipe deu tapas no rosto e no corpo da vítima e mesmo depois dela dizer que sentia dor e queria parar. Segundo a publicação, a garota chegou a chorar, mas ele a imobilizava e  impedia que ela saísse.

Mesmo após o estupro ele seguiu impedindo que ela se desvencilhasse e ela só conseguiu fugir após ele pegar no sono, no dia seguinte. Testemunhas chegaram a escutar Ísis chorando e pedindo que o acusado parasse e sustentaram a versão da vítima no documento da acusação.

Fonte: Bahia Notícias