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Ipirá: Terra das festas e da fumaça

Em Ipirá, a gestão pública atingiu um novo patamar: o de mestre de cerimônias. Comandando o espetáculo está o prefeito Thiago do Vale, cuja principal obra — até o momento — parece ser a de animador de eventos. Se o critério de avaliação fosse a quantidade de palcos montados, bandas contratadas e fogos no céu, Ipirá estaria no topo do ranking nacional. Pena que, quando o assunto é saúde pública, o show acaba, as luzes se apagam e o palco desaba.

Enquanto a população canta e dança nas festas, os corredores da saúde seguem desafinados. Não há um leito de UTI sequer no município — e nem um indício de que haverá. O cidadão adoece, espera a regulação e, se a sorte faltar, morre. Mas que fique registrado: as festas são “impecáveis”.

De janeiro a junho, o ipiraense fez sua parte. Pagou IPTU, pagou ISS, pagou todas as letrinhas que a prefeitura emitiu. A arrecadação correu firme como um trio elétrico em avenida larga. Mas onde estão as obras realizadas com esses recursos próprios? O cenário é digno de mágica: o dinheiro entra e… desaparece. A única coisa que se vê mesmo são as estruturas temporárias montadas para shows — essas, sim, aparecem, brilham e somem no dia seguinte.

É como se a administração atual tivesse entendido que governar é fazer festa e que saúde pública, infraestrutura e bem-estar são apenas notas de rodapé em um panfleto de evento. É impressionante como o empenho dedicado à contratação de bandas não se converte em zelo pela saúde pública. A logística das atrações é mais eficiente que a marcação de consultas e exames. O som dos palcos é mais alto do que o clamor de quem sofre nas filas por atendimento.

Enquanto isso, Ipirá segue sem obras estruturantes, sem melhorias reais e, principalmente, sem explicações convincentes. Mas, para disfarçar, basta anunciar mais um evento, soltar uns fogos e sorrir para fotos nas redes sociais. Porque, aparentemente, na terra de Thiago do Vale, quem reclama é porque não sabe se divertir.

Que venha a próxima festa. A cidade que lute.

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