IPIRÁ & REGIÃOOPINIÃO

DEPOIS DE 168 VELINHAS E MUITA CACHAÇA NA CACHOLA

A pergunta que não quer calar: quantos contratos milionários a Prefeitura de Ipirá realizou com empresas privadas?

Procure fazer a leitura desse artigo sem a paixão de grupo (jacu ou macaco), caso contrário, o leitor não conseguirá entender porque o município de Ipirá se encontra no rabo do calango.

Com um pequeno esforço você vai conseguir deixar esse ranço de jacu e macaco de lado, afinal de contas, nesse tabuleiro de xadrez da politicagem local, você não passa de um peão, nunca chegará a ser um empresário de prefeitura.

Eu sei que você ainda não esqueceu que no final da gestão Marcelo Brandão, o ex-prefeito queria tomar um empréstimo de dez milhões de reais junto à CEF, com o propósito de calçar todas as ruas de Ipirá.

Dez milhões de reais em fim de mandato e ano de eleições municipais! A Câmara de Vereadores negou o pedido. O ex-prefeito colocou uma caçamba de paralelepípedos em várias ruas da cidade e em vários povoados; Ipirá tinha virado um canteiro de obras no dizer dele e da jacuzada. Nada foi feito, nem concluído.

A Câmara Municipal negou corretamente a solicitação. Um ex-vereador de oposição, já falecido, disse-me que votou a favor porque não queria que uma dona de casa dissesse que ele era o culpado de sua rua estar entregue à poeira na estiagem e ao lameiro nas chuvas. Como tem gente que gosta de acreditar em conversa mole!

A gestão do atual prefeito Dudy conseguiu dez milhões de reais no próprio decorrer do mandato, sem a necessidade de empréstimo da CEF. O que ele fez com esses dez milhões de reais? Calçou todas as ruas de Ipirá? Não, não, não! Simplesmente ele fez um contrato de dez milhões de reais com uma empresa privada. Para quê? Para contratar funcionários para trabalhar na prefeitura.

Você está percebendo o tamanho da encrenca, que lasca e arromba com os interesses da população de Ipirá! Essa é a famosa encrenca centenária do jacu e macaco, que controla e domina Ipirá, que continua no mesmo tabuleiro, que enriquece alguns e deixa a grande maioria no reino da necessidade. É nesse almoço de grande comelança que você jamais será convidado a comparecer. Não fica nem de butuca.

A gestão do prefeito Dudy está toda embananada. E eu digo porquê. Se (olha o se!) a prefeitura teve a necessidade de contratar uma empresa, que contrata mão-de-obra, é porque ela queria burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que determina em 54% a folha de pagamento do pessoal, nada além. Isso é óbvio, só não raciocina assim, quem não gosta de raciocinar.

Levando-se em consideração que a prefeitura está no limite dos 54%, como é que a prefeitura pretende fazer concurso público de Reda? Se (olha o se!) fazendo isso, vai brocar os 54% da Lei de Responsabilidade Fiscal. É uma maluquice que não tem tamanho. Aí, a vereadora Luma tem toda a razão, ao rasgar bem rasgado, na tribuna da Câmara, a solicitação do Executivo para a realização do concurso público.

Por que em relação ao contrato de dez milhões de reais, os vereadores deverão solicitar ao Ministério Público local, uma verificação mais profunda? Porque SE a prefeitura tem respaldo legal (distante dos 54%) para fazer um concurso público, então, para que contratou com uma empresa para contratar funcionários? Aí é que está a questão do cabide de emprego de pessoas do grupo macaco, que serão indicadas, com o intuito de garantir votos. Além do mais, transparece o favorecimento ao empresário que é do grupo macaco. É barril dobrado.

Ainda em relação à empresa contratada, torna-se necessário um levantamento para precisar se a quantidade de trabalhadores contratados por essa empresa corresponde à totalidade das horas postas no Edital (873.432 h). Nas minhas contas serão 408 trabalhadores (mais ou menos).

Se a empresa só tiver 204 trabalhadores, metade do contrato está sendo embolsado pela empresa. Se a empresa tiver 50 trabalhadores fantasmas, serão cinqüenta salários mínimos que estão sendo embolsados pela empresa.

Como o contrato está guarnecido por senha eletrônica tornou-se um sigilo que só o Ministério Público local poderá esclarecer os fatos. Por isso, existe a necessidade de um ou alguns vereadores acionarem o MP. O prefeito Dudy está no mato sem cachorro.

Além de embananado, o governo Dudy está perdido. Faltando um ano e meio para terminar o mandato, (o leitor poderá dizer: “ano e meio! Você não sabe fazer conta não?”) O leitor tem razão. Faltando sete meses, porque o próximo ano (2024), sendo ano de eleição, será um ano perdido, o mandato está chegando ao fim e o prefeito só tem uma obra de grande vulto e de excelência, que foi a compra da residência estudantil em Salvador, sendo importante salientar que houve uma Emenda Parlamentar do deputado federal Daniel Almeida de 200 mil reais.

No mais, o governo Dudy não tocou obras, ficou preso a fazer reformas na herança maldita que recebeu da jacuzada: no Centro de Abastecimento; no Mercado de Arte; na Avenida RGS; nas estradas; nas escolas e nos equipamentos de saúde. Muitas dessas reformas com ajuda de recursos do Estado.

Os mais de trinta calçamentos de ruas foram feitos com Emendas Parlamentares. O serviço de educação e saúde prestados pela gestão Dudy são de certa forma precários. É uma administração meia-boca; muito parecida com a da jacuzada. A prova é a biblioteca, que foi condenada e não será entregue à população nesse resto de mandato. A prova é a casa do fifó na Praça da Bandeira, que a jacuzada fez e Dudy conserva. Dizendo eles que Ipirá começou ali. Oh, mentira cabeluda da desgraça! Isso tudo representa é o descaso com o dinheiro público.

Governador Jerônimo em Valente. O prefeito Dudy se manda para lá. “Meu prefeito, conto com você para a reeleição!” “Meu governador, não serei candidato, meu sucessor será o doutor …!” “Muito bem, meu prefeito! Eu cheguei chegando e quero fazer um grande número de prefeituras no interior”.

Em Ipirá, as três lideranças resolveram fazer uma reunião do grupo macaco: “esse prefeito Dudy já está passando dos limites, ele pensa o quê? Já está indo falar com o governador sozinho com seu grupinho e porque na jacuzada manda a família Martins, aqui nos macacos, ele quer o domínio da família Dudy! Ele está enganado, aqui não! Vamos fazer uma reunião de portas fechadas e janelas lacradas, que só vai entrar os quatro mosqueteiros da macacada e mais ninguém. Nenhum vereador; nada de menudo de língua afiada; nem vice-prefeita; nem o empresário Dinovaldo Dantas terá acesso.”

A reunião não aconteceu, porque uma liderança ficou doente: “oh, meu Deus! Essa macacada é um bando de maluco, já estou sentindo uma ingresilhada na barriga.” Outra liderança retrucou: “reunir prá quê? Prá ouvir do prefeito que o candidato é seu doutor …! Vou vestir meu pijama e vou ficar em casa; não é isso que eles estão querendo?”

A jacuzada pensa que a população só pensa na volta da jacuzada. Oh, Deus do Céu! Só se o povo de Ipirá fosse todo otário. Quem não te conhece é que te compra, jacuzada! Eles pensam que basta um empresário rico para ganhar as eleições. Fiquem nessa arenga de família aristocrática e não abram o leque não, que vocês vão sentir o peso e o volume do barril triplicado torando vocês no meio. A candidatura de dois vereadores (prefeito e vice) tem a força de dois marruás medindo força na malhada, o poeirão sendo levantado e ninguém consegue enxergar o resultado.

Se o prefeito Dudy tomar duas canjibrinas e fizer um pernoite na porta da governadoria e falar grosso perante o governador Jerônimo: “meu Herói do Sertão! Só saio daqui com uma Policlínica para Ipirá.” Já foi, banda Mel! Já foi! Não tem paletó de casimira branco prá dia de posse. Se for só conversa mole não adianta nada. Isso também é verdade! Agora, se chegar aqui, no dia seguinte, meter o trator e derrubar o Clube Caboronga, colocar os pré-moldados e abrir o letreiro “Policlínica dos Associados do CC” É de dez mil prá riba.

Ipirá não é só sorrisos. A queda da população para 56 mil habitantes é um problema que diminui a arrecadação do município. Como o prefeito manterá esses contratos milionários? Pela primeira vez em sua existência de mais de vinte anos, a fábrica de calçados pagou a metade do salário aos seus operários e ficou devendo a outra metade. O aperto é enorme. O que acontecerá?

E a Federação (PT/ PCdoB/ PV)? Se essa federação não abrir os olhos, vai tomar um canto de carroceria, que vai perder até o caminho de casa. Sabe por que federação? Por causa do PV, que pode aparecer com um astronauta do Planeta Marte; por isso federação, essa reunião é para o ‘mês que passou’; muito mais urgente e mais importante do que a reunião da macacada. É assim que a coisa tem que ser entendida.

Escrito por Agildo Barreto

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