IPIRÁ & REGIÃO

A BRIGA NA MACACADA É SILENCIOSA

Reprisando uma conversa de muito tempo atrás, quando um eminente médico da capital baiana disse a uma pessoa: “para fazer o que um operário de uma petroquímica realiza tem muita gente disponível por aí, mas para praticar o ofício da medicina tem pouquíssimas pessoas. O Brasil precisa de médicos!”

Isso foi dito bem antes do ‘Mais Médico’. Estou colocando isso como fermento para uma simples analise da politicagem de um pequeno município do interior da Bahia, a nossa Ipirá, simplesmente, para ter a possibilidade de dizer aos que usam a reflexão como método para fazer o bom questionamento; digo: “para futucar votos pelo município temos muita gente embrenhada na comunidade; para ser uma liderança concreta e respeitada nesse novo tempo temos pouquíssimas pessoas.” As atuais lideranças políticas de Ipirá soltam seu último suspiro.

Quem são essas lideranças políticas? Como eu gosto do bom combate, eu dou nome aos bois, como diz o ditado popular: Antônio Colonnezi; Jurandy Oliveira; Luiz Carlos Martins e Diomário Sá. Mesmo assim, não significa o fim do sistema jacu e macaco, que tanto mal causa a essa terra.

Para os que acham que vale uma reflexão, que pensem! Vamos aos fatos que demandam a conjuntura que vivenciamos. Mesmo com Bolsonaro inelegível por oito anos, o Brasil saiu das últimas Eleições 2022 bem dividido no campo político: direita x esquerda. Que essa divisão tenha continuidade por mais uma década. Assim sendo, essa divisão tende a chegar a todos os municípios.

A base dessa polarização no Brasil, neste momento, na conjuntura atual, está canalizada entre Lula (que não esquece Bolsonaro) e Bolsonaro (que não esquece Lula). Para clarear o jogo; em Ipirá, quem fica com quem?

Quem definiu a escolha foi o governo petista da nossa Bahia. O ACM, que já se foi, ficava com os dois grupos locais, colocando-os na mesma capanga. O governador petista da Bahia escolheu o prefeito de plantão, que era da macacada. Desta forma, o sortudo foi a macacada.

Quem é essa macacada? Com o apoio lá de cima, o bom da boca era o prefeito de plantão e hoje, o prefeito de plantão é Dudy. É quem comanda a batuta. Carrega no caderninho de anotações a maior vitória já registrada em Ipirá, com mais de seis mil votos. Tem o apoio do senador, do deputado federal, do presidente da ALB, do governador (todos, mais votados em Ipirá!). Aí o poder subiu para a cabeça do homem.

Sem muita bagagem política, o prefeito Dudy anunciou aos quatro ventos, que não seria candidato à reeleição (um direito inquestionável seu) e anunciou, por outras bocas, o seu genro como pré-candidato. Simplesmente, achou que o seu direito inquestionável à reeleição, também garantia o privilégio inquestionável da indicação de um pré-candidato para ser seu sucessor, sem ouvir outras lideranças. Assim, ofertava o famoso ‘goela abaixo’ sem cuspe.

Os que pensam! Podem pensar com todo direito: “mas isso não é o famoso e combatido ‘governo de família da jacuzada’ sendo implantado dentro da macacada?”

Acertou na mosca quem pensou dessa forma, pois é! E isso foi uma coisa pensada e bem elaborada (por quem eu não sei) por um grande estrategista. Lançou essa pré-candidatura um ano antes (uma loucura), mas tinha que ser assim, para atropelar as outras lideranças.

Observe a trajetória do plano: não apoiou o filho do deputado Jurandy Oliveira nas últimas Eleições 2022 (isso aconteceu pela primeira vez). Lançou um adesivo em apoio ao NOVO macaco (para se diferenciar dos velhos macacos). Não retrocedeu, um novo adesivo É ELE! A badalação do lá ELE é em tudo que é evento, cavalgada, paredão, palanque junino, inauguração, outdoor, aniversário e ‘os cambal’. Isso TUDO significa o quê? Está mais do que claro “é ELE e não ELA”.

É uma engrenagem bem montada. Não sei se as lideranças (Antônio Colonnezi e Jurandy Oliveira) foram convidados para o palanque junino, pelo menos não saíram na foto. Agora, os prepostos da rádio Serra Dourada foram barrados na subida do palanque em um momento. Já fizeram vídeo pedindo desculpas? Não! Está mais do que claro que é para ser do jeito que está acontecendo. Aos nossos, o céu!

Qual é o patamar de uma campanha de um ano antes, neste momento? Está posta no caminho da insanidade. Esqueceram a jacuzada (que está morta) e gasolina no fogo-amigo. Colocam o ex-deputado no credenciamento do ‘já era’. Um grande desrespeito. Da liderança de Antônio Colonnezi propagam barbaridades: ‘tá querendo dinheiro!’ ‘já foi! ‘quem tem que mandar na macacada é a turma nova’. Querem atropelar esses dois líderes da macacada de qualquer jeito. Quem age dessa maneira não busca a unidade do grupo e cava um precipício para ver no que vai dar.

A ala mais forte liderada pelo prefeito Dudy é o time que ‘nada de braçada’ na sala de licitação e demonstra claramente que o poder tem mel de abelha e cheiro de alecrim. Pensam até, que com dinheiro na mesa a eleição não balança. Essa corrente do prefeito conta com seis vereadores garantidos. Isso tudo deixa, essa turma alvoroçada, achando que está tudo no controle, daí “vamos continuar fazendo besteira, que é nós na parada!”

Mais uma besteira: estão dizendo que o vereador Jaildo vai perder o PV em dezembro. Prestem bem atenção! O PV faz parte da ‘Federação Brasil da Esperança’, com o PT e o PCdoB. Em Ipirá, o PV tem que ficar com o vereador Jaildo do Bonfim, por ser um vereador independente dos dois grupos locais. Tem que ficar bem claro, que não aceitamos pau-mandado do prefeito Dudy infiltrado na Federação em Ipirá, Essa falta de respeito e de democracia, querendo passar o trator por cima de tudo e de todos será a pedra no caminho desse grupo que domina o poder municipal em Ipirá. Essa inconseqüência poderá tornar o fôlego desse grupo muito curto.

Azeitando a máquina: uma pessoa disse para o pré-candidato da jacuzada: “se você quer ser mesmo pré-candidato a prefeito prepare três milhões de reais para a campanha; você não pode dizer que essa gasolina é sua e que o dinheiro que entra na bomba é seu!” Tem proposta mais cativante para um candidato? Só no inferno!

Na real, a liderança de Antônio Colonnezi não tem como suportar um repuxo desse. Vai colocar a cara no sol para o contato direto com o eleitor? Não vai, porque é malhar em ferro frio. Vai fazer o clientelismo com a medicina? Não vai, porque ele tem juízo. Vai gastar milhões para segurar vereadores e cabos-eleitorais? Não vai, porque ele tem juízo. Vai enfrentar o poder financeiro da prefeitura? Não vai, porque não tem como. Na queda de braço com o poder do prefeito Dudy a liderança de Antônio Colonnezi não tem nenhuma chance para sair ‘de boa’. Cede ou vira prego batido e ponta virada.

Na conclusão desta parte, a compreensão que deve ficar é que liderança no modelo jacu e macaco, com poder concentrado num só líder, mandando e os outros obedecendo está chegando ao fim. Reflita sobre isso! A nova liderança tem que ter um novo estilo e um espírito de estadista; tem que superar a mesquinharia e o ranço do jacu e macaco, para vivenciar uma nova situação. Tem que ser audacioso, criativo e aberto para superar todos os entraves que solapam as lideranças enraizados nos moldes do jacu e macaco, como se fossem eternos.

Quero ver como o líder Antônio Colonnezi vai escapar dessa arapuca. Retornando aquela conversa lá de cima: “para futucar votos pelo município temos muita gente embrenhada na comunidade; para ser uma liderança concreta e respeitada nesse novo tempo temos pouquíssimas pessoas.” Essa matéria continuará nas próximas postagens.

Escrito por Agildo Barreto

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